DÍLI, 06 de fevereiro de 2024 (TATOLI) – O Dia Mundial do Cancro é celebrado anualmente a 04 de fevereiro, este ano sob o tema Por Cuidados Mais Justos. A efeméride tem o objetivo de inspirar mudanças e mobilizar ações, visando consciencializar para a lacuna de equidade que afeta muitas pessoas em todo o mundo.
Segundo a literatura médica, o cancro ou tumor maligno é o termo médico utilizado para denominar um vasto conjunto de doenças caracterizadas por um crescimento anormal e descontrolado das células e que, na maioria das vezes, formam uma massa chamada tumor. No entanto, alguns cancros, como os que ocorrem no sangue, não formam massas tumorais.
Para Maria Moniz, de Covalima, tudo começou em 2019, quando sentiu um pequeno nódulo numa das mamas. De imediato, dirigiu-se ao centro de saúde comunitário, no qual lhe foi receitado paracetamol, “porque, apesar das dores, pensaram que era apenas um nódulo normal”.
“Após tomar os comprimidos, as dores não diminuíram. Em 2020, depois de várias visitas ao Hospital de Referência do Suai, acabei por ser transferida para a Clínica do Bairro Pité, onde recebi um tratamento durante três meses”, explicou.
Contudo, após o tratamento e de volta ao Suai, Maria Moniz afirma que “o nódulo começou a crescer e a espalhar-se”. Segundo a paciente, através do programa Ha’u Hili Kura da Fundação Alola”, foi atendida por um especialista em cancro. Dado que o tratamento recebido não surtiu efeito, foi transferida para o Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV).
Maria Moniz explicou que também o tratamento que recebeu no HNGV, em 2021, não fez a doença entrar em remissão. Por isso, foi transferida para Jacarta, na Indonésia, para ser operada. Atualmente, Maria Moniz já se encontra em Timor-Leste e contou-nos que está curada, mas que tem de fazer exames regulares para prevenir o reaparecimento da doença.
Para o Representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Timor-Leste, Arvind Mathur, é fundamental que se adote uma abordagem multifacetada para combater a doença no país. Arvind Mathur recordou que a OMS, em parceria com o Ministério da Saúde, tem levado a cabo várias ações para combater doenças não transmissíveis, incluindo o cancro, através de apoio financeiro na construção de centros de rastreios do cancro do colo do útero no Hospital de Referência de Baucau e no HNGV.
Arvind Mathur referiu que o tabaco, o álcool e uma dieta pobre em vitaminas são fatores-chave para o surgimento de cancro, acrescentando que algumas “infeções crónicas são também fatores de risco para o cancro”.
Para prevenir a doença, o responsável aconselha a população a vacinar-se contra a hepatite B e, no caso das mulheres, contra o vírus do Papiloma Humano. “A população deve adquirir hábitos de vida saudáveis como deixar de fumar e de consumir álcool, aumentar o consumo de frutas e de legumes e praticar atividade física regular”, aconselhou Arvind Mathur.
De acordo com os dados da Unidade de Oncologia do HNGV, registaram-se entre 2018 e 2022, mais de 970 vítimas de cancro, sendo que 21 daquelas estão em tratamento.
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Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Isaura Lemos de Deus