DÍLI, 19 de agosto de 2019 (TATOLI)-A Unidade de Saúde Mental do Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV) registou 112 doentes com distúrbios mentais entre janeiro e agosto deste ano.
A Chefe da Unidade de Saúde Mental, Maria Amélia Martins Gomes, disse que os pacientes que voltaram à unidade hospitalar para nova consulta apresentaram melhorias significativas devido aos cuidados familiares, à medicação adequada e ao cumprimento à risca das indicações médicas.
“Não registaram ainda qualquer evolução clínica quanto ao seu estado de saúde aqueles cujos familiares não lhes prestaram a devida atenção em casa”, afirmou em entrevista dada aos profissionais da comunicação social, no HNGV, neste fim de semana.
Maria Gomes adiantou ainda que o número de pacientes que se encontra internado é de aproximadamente dois a três, acrescentando, no entanto, que nas consultas externas já houve 20 pacientes num só dia.
Segundo a Chefe da Unidade de Saúde Mental, a maior dificuldade encontrada na sua área incide sobretudo na falta de segurança, pois vários foram os pacientes com distúrbios mentais que tentaram fugir da enfermaria.
“Necessitamos, então, de entrar em contacto com os seguranças e avisá-los de que devem prender todo o doente que queira fugir do nosso centro hospitalar. Infelizmente, já houve casos de doentes com perturbações mentais que deixaram o hospital sem que nenhum elemento de segurança os conseguisse deter”, afirmou.
Maria Gomes afirmou ainda que os pacientes que abandonam a unidade hospitalar pelos seus próprios meios sem dar conhecimento à equipa médica, acabam, mais tarde, por regressar à enfermaria ou à unidade de saúde mental graças à colaboração dos seus próprios familiares.
O ambulatório destinado aos pacientes com perturbações mentais, refere a chefe, não tem capacidade para manter internados os pacientes durante mais de uma ou duas semanas, a não ser que se trate de um caso de maior gravidade.
“Quando estão calmos, ensinamos-lhes então a tomar banho e a comer autonomamente no refeitório. Além disso, realizam pequenas atividades mais lúdicas. Após uma ou duas semanas, poderão deixar o internamento e regressar a casa para que o seu atendimento seja assegurado pela família,” afirmou.
Maria Amélia acrescentou que os pacientes que revelam inicialmente maior agressividade em termos comportamentais registam notáveis melhorias graças à estreita colaboração entre médicos, enfermeiros e família.
“Após o período de internamento, o paciente é levado para casa pela sua família para que se possa dar continuidade ao seu tratamento. Devem, por isso, dar-lhe a medicação conforme as indicações do médico”, concluiu.
Jornalista: Felicidade Ximenes
Editor : Rafy Belo