DÍLI, 10 de maio de 2024 (TATOLI) – Em Timor-Leste, os efeitos das alterações climáticas já se sentem e os meteorologistas preveem que o clima do país se torne mais quente e cause estações secas mais graves e prolongadas, chuvas mais fortes e mais irregulares que poderão provocar inundações e aluimentos.
Em face daquele cenário, o Governo australiano e a Secretaria de Estado para a Proteção Civil (SEPC) lançaram iniciativas integradas no Programa Disaster Ready Reduction da Parceria Humanitária Australiana que irão envolver vários parceiros em ações multissetorialmente integradas.
As iniciativas contam com um apoio financeiro do Governo australiano (1,6 milhões de dólares americanos) e serão implementadas pelas Organizações Não-Governamentais Australianas CARE, Caritas, Oxfam, PLAN International e World Vision, em colaboração com a organização nacional para pessoas com deficiência Ra’es Hadomi Timor Oan, a SEPC e outros parceiros humanitários locais.
Os organismos responsáveis pela execução do projeto levarão a cabo ações de sensibilização sobre questões relacionadas com o saneamento, a higiene e a conservação da água, bem como sobre os impactos dos fenómenos meteorológicos extremos, sobre a redução da vulnerabilidade e da insegurança alimentar, sobretudo através da assistência agrícola, da melhoria da nutrição e da distribuição de sementes resistentes ao clima.
O secretário da tutela, Domingos Reis, afirmou que estas iniciativas são cruciais para melhorar a gestão de riscos de catástrofes, para aumentar a resiliência multissetorial e assegurar a participação inclusiva na mitigação dos efeitos provocados pelas alterações climáticas.
“Assumimos a responsabilidade da implementação do projeto e pretendemos dar continuidade a melhores práticas e experiências no futuro. Até ao fim deste ano, o programa irá beneficiar entre quatro e seis mil pessoas em onze municípios, especialmente pessoas com deficiência, mulheres grávidas e parturientes, raparigas e crianças”, disse Domingos Reis aos jornalistas, em Caicoli, Díli.
O governante acrescentou que as medidas que devem ser adotadas para fazer face às alterações climáticas, como o El Niño, passam, por exemplo, pela reflorestação, pela distribuição de sementes resistentes ao clima, bem como pela preservação das fontes de água e pelo investimento em recursos hídricos.
Por sua vez, a Conselheira do Projeto de Desenvolvimento Humano, Rebecca Dodd, em representação do Governo australiano, afirmou que estas iniciativas são essenciais para apoiar as comunidades a se prepararem para dar resposta aos impactos de condições meteorológicas extremas. “Todos nós sabemos a importância de uma ação precoce para reduzir o impacto das catástrofes nas comunidades. Estas iniciativas permitem que as partes interessadas intervenham de forma antecipada face aos riscos previstos, o que contribuirá para reforçar a capacidade de resistência das comunidades e apoiar os mais vulneráveis”.
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Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Isaura Lemos de Deus