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SAÚDE

Timor-Leste assinala Dia Mundial dos Leprosos

Timor-Leste assinala Dia Mundial dos Leprosos

Foto especial

DÍLI, 31 de janeiro de 2024 (TATOLI) – O Dia Mundial dos Leprosos é celebrado anualmente no último domingo de janeiro. A efeméride tem o objetivo de sensibilizar as pessoas para a discriminação exercida sobre os doentes com lepra, assim como promover a ajuda aos leprosos e a sua reintegração social.

Segundo a literatura médica, a lepra, doença de Hansen, é uma doença infeciosa crónica que atinge principalmente os nervos periféricos, pele, olhos e mucosa nasal. Apesar da história desta doença e o preconceito outrora associado a ela, sabe-se hoje que o contágio da lepra não se faz facilmente e que a doença é curável. Desde que instituído atempadamente e cumprido até ao fim, o tratamento previne as deformidades e a incapacidade muitas vezes permanente que está associada à evolução da doença.

Segundo o Representante da Organização Mundial de Saúde em Timor-Leste, Arvind Mathur, a organização está comprometida com Timor-Leste na erradicação da doença, pois, de acordo com o Plano Estratégico Nacional, está desenhado um roteiro para superar os desafios associados à lepra.

“O plano delineia objetivos estratégicos e intervenções-chave que visam reduzir o número de casos de lepra, reforçar o rastreio precoce, melhorar os resultados do tratamento e incentivar a integração social dos indivíduos infetados, uma vez que o país pretende acelerar a ação para alcançar a Zero Lepra até 2026”, frisou.

Arvind Mathur considera que o tema escolhido este ano para a celebração da efeméride – Não queremos deixar ninguém para trás – encerra dois objetivos: erradicar o estigma associado à lepra e promover a dignidade das pessoas afetadas pela doença.

Para o dirigente, acabar com o estigma não é apenas crucial para o bem-estar das pessoas infetadas, mas também para a construção de uma comunidade mais saudável e harmoniosa.

Já a Diretora da Organização Não-Governamental Missão Lepra em Timor-Leste (MLTL), Afliana dos Reis, afirmou que o plano estratégico de cinco anos da organização está em consonância com as políticas e programas do Ministério da Saúde, bem como com as metas da OMS, que prevê que até 2030 o país esteja livre da doença.

“A nossa missão baseia-se no plano estratégico da missão global para a lepra, que consiste em quatro programas importantes, nomeadamente zero transmissão, zero discriminação, zero deficiência e reforço das campanhas de saúde para atingir objetivos pré-determinados”, disse.

A dirigente enfatizou ainda que a organização ajuda o Governo a combater a transmissão da lepra, através da deteção precoce e da prevenção. Para Afliana dos Reis a erradicação da doença no país é da responsabilidade todos: “Se alguém sofrer desta doença, ajude-o a aceder às unidades de saúde. Todos nós devemos manter o ambiente limpo, colocando o lixo nos locais adequados, devemos descansar e consumir alimentos nutritivos para nos precavermos da doença”.

Afliana dos Reis disse ainda que desde 2022 a MLTL atua nos municípios de Baucau e de Manatuto, acrescentando que, com base nos casos endémicos, a partir de julho, estenderão as atividades a outras regiões como Ataúro, Bobonaro, Liquiçá e Oé-Cusse.

Por sua vez, o Decano de Saúde Pública e Ciências Médicas da Universidade da Paz, Cipriano do Rosário Pacheco, afirmou que a transmissão da lepra é provocada pelo “comportamento humano de não manter o ambiente limpo”. Para lutar contra a doença, na sua opinião, é necessário haver um trabalho coletivo.

O professor salientou que “a prática de uma vida saudável não passa apenas por uma alimentação nutritiva. Em Timor-Leste, o maior problema no combate à doença é a falta de sensibilização da população para a higiene ambiental”.

Notícia relacionada: HNGV regista anualmente mais de 30 doentes com lepra

Jornalista: Afonso do Rosário

Editora: Isaura Lemos de Deus

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