DÍLI, 03 de dezembro de 2021 (TATOLI) – A Associação de Deficientes de Timor-Leste (ADTL) regista 25 mil pessoas, do total de 38 mil, sem acesso a educação, realçou o Diretor-Executivo da ADTL, Cesário da Silva.
Cesário da Silva falava, no âmbito da celebração do Dia Mundial de Pessoas com Deficiência, sob o tema ‘Timor-Leste tem de garantir a inclusão e a sustentabilidade das pessoas com deficiência’ e subtemas “As pessoas com deficiência não são um peso para o desenvolvimento nacional, “Parar a discriminação contra as pessoas com deficiência na sociedade” e “Assegurar o orçamento sensível para inclusão da deficiência”.
“Os dados de 2015 mostram que, do total de 38 mil pessoas com deficiência, 25 mil não têm acesso a educação, apenas mais de dez mil”, afirmou à Tatoli.
Cesário da Silva explicou ainda que o objetivo da celebração visa encorajar e motivar as pessoas com deficiência para apresentarem os seus talentos, embora tenham limitações.
O responsável referiu que os ministérios da Educação, Juventude e Desporto e da Saúde têm de alocar o orçamento sensível para as pessoas com deficiência num valor máximo de 2% das verbas do Estado.
“O Governo tem de criar condições [infraestruturas] e disponibilizar recursos humanos, como professores que dominem a linguagem gestual para ensinarem as pessoas com deficiência. Tem de haver um centro de acolhimento para as pessoas com problemas mentais”, sugeriu.
O responsável considerou que o orçamento sensível para as pessoas com deficiência é insuficiente, pois não permite a criação adequada de condições, infraestruturas e formação de professores em linguagem gestual.
Segundo o diretor, a maioria das pessoas com deficiência tem limitações físicas e, por isso, os que nasceram em áreas remotas, lá continuam a viver, mas têm talento em várias áreas que podem desenvolver.
O Governo tem apoiado as pessoas com deficiência através da criação de legislação, como a atribuição de subsídios, mas a implementação é insuficiente.
O responsável referiu ainda que, entre 38 mil pessoas com deficiência, oito mil recebem subsídio.
“Os requisitos de acesso ao subsídio são complexos, com documentos a tratar pelos próprios. Por isso, 30 mil pessoas com deficiência não conseguiram ainda recebê-lo”, disse.
O diretor sugeriu que a instituição relevante deve alterar os critérios de pedido de subsídio, pois as pessoas com limitações não conseguem tratar da documentação.
Notícia relevante: Timor-Leste ratifica Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência em 2022
Jornalista: Jesuína Xavier
Editora: Maria Auxiliadora
