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Timor-Leste apela à justiça e à autodeterminação do Sahara Ocidental

Timor-Leste apela à justiça e à autodeterminação do Sahara Ocidental

Primeiro-Ministro, Xanana Gusmão. Foto do GPM

DÍLI, 19 de maio de 2025 (TATOLI) – Timor-Leste acolheu, hoje, a Conferência da Solidariedade Ásia-Pacífico com o Sahara Ocidental, organizada pelo Fórum das Organizações Não-Governamentais de Timor-Leste (FONGTIL), em parceria com a Embaixada do Sahara em Díli. A iniciativa visou refletir, consolidar e afirmar, de forma clara, o apoio à luta do povo Saarauí pela sua independência.

Intervindo no evento, o Primeiro-Ministro, Xanana Gusmão, criticou a fraca resposta da comunidade internacional face às violações dos direitos do povo do Sahara Ocidental.

“A injustiça na aplicação do direito internacional continua a favorecer os interesses dos países mais poderosos”, declarou, acrescentando que a conferência “não é apenas um gesto simbólico, mas um verdadeiro apelo à ação”.

O Chefe do Executivo sublinhou a necessidade de transformar a solidariedade em ação concreta, apelando à criação de movimentos ativos em diversos países para pressionar a realização do referendo prometido pela Organização das Nações Unidas (ONU), mas que nunca foi feito.

“Temos de fazer mais do que apenas gritar. É hora de organizar movimentos de apoio nos nossos países e fazer ouvir a nossa voz”, disse.

Por sua vez, o Diretor-Executivo do FONGTIL, Valentim Pinto, referiu que o apoio da sociedade civil timorense à causa Saarauí assenta nos princípios dos direitos humanos e da justiça universal.

“O Sahara Ocidental é uma das últimas regiões do mundo ainda sob colonização. O seu povo vive em exílio há quase cinco décadas, mas continua a resistir e a lutar”, acrescentou.

O dirigente frisou ainda que a causa Saarauí vai além de uma luta política: “É uma luta moral e global, que exige o envolvimento da comunidade internacional”.

Já o Embaixador do Sahara Ocidental junto da ONU, Sidi Omar, relatou as injustiças persistentes sofridas pelo seu povo ao longo dos últimos 50 anos. “Enfrentamos uma ocupação brutal, mas nunca vacilamos. Mantemo-nos firmes no nosso direito à autodeterminação, consagrado na Resolução 1514 da ONU”, afirmou.

O diplomata defendeu a necessidade de se internacionalizar ainda mais a causa do Sahara Ocidental, pedindo o envolvimento da sociedade civil, dos órgãos de comunicação social e das instituições multilaterais, em particular na região da Ásia-Pacífico.

“Precisamos de ampliar as campanhas de sensibilização e solidariedade. Só com uma pressão global consistente poderemos avançar”, reforçou.

O evento contou com a participação de representantes de países como o Japão, a Austrália e as Filipinas, que expressaram o seu apoio à autodeterminação do povo Saarauí. O evento foi considerado particularmente importante por anteceder a 24.ª Sessão do Comité de Descolonização da ONU e a próxima Assembleia Geral da ONU, marcada para setembro.

Jornalista: Afonso do Rosário

Editora: Isaura Lemos de Deus

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