DÍLI, 28 de maio de 2024 (TATOLI) – No relatório lançado pela Representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Timor-Leste, Katyna Argueta, é referido que o aumento das tensões globais, as novas tecnologias, a polarização crescente e as ameaças existenciais ligadas às alterações climáticas ameaçam perturbar as melhorias no bem-estar que a região registou nas últimas décadas.
O relatório em apreço foi ontem divulgado, no Museu da Resistência, e com ele pretende-se traçar um quadro qualificado de progresso a longo prazo, mas também de disparidade persistente e perturbação generalizada, no qual se prevê um cenário de desenvolvimento turbulento e se apela urgentemente a novas direções de modo a impulsionar o desenvolvimento humano.
“Este estudo de referência realça a necessidade crítica de estratégias inovadoras para responder às expectativas não satisfeitas, ao aumento da insegurança humana e à possível volatilidade futura em toda a Ásia-Pacífico, incluindo Timor-Leste”, pode ler-se no referido documento.
Katyna Argueta enfatizou a importância de se publicar anualmente os Relatórios de Desenvolvimento Humano. “Estes relatórios têm tido uma grande influência no debate sobre desenvolvimento em todo o mundo e conduziram a uma mudança de paradigma no entendimento de desenvolvimento, afastando-se dos limites estreitos do crescimento económico para um enfoque de pobreza como negação de escolhas e oportunidades para viver uma vida plena”, disse a dirigente.
De acordo com Katyna Argueta, construir um Timor-Leste seguro, próspero e justo é uma tarefa que requer esforços de todos os setores da sociedade e do Executivo, acrescentado que o PNUD fornece ideias que catalisam essas aspirações e apoiam os esforços para acabar com a pobreza em todas as suas formas e garantir que todos os timorenses possam atingir o seu potencial com paz, igualdade e dignidade num ambiente saudável.
A responsável adiantou que no relatório são identificados três grupos de risco convergentes que ameaçam o desenvolvimento humano na região e ameaças existenciais decorrentes das alterações climáticas e das pandemias. O mesmo documento debruça-se sobre os desafios económicos decorrentes da mudança da globalização e da automatização, sobre o declínio dos espaços democráticos e ainda sobre o aumento da polarização. “Apesar dos desafios, no relatório é oferecida uma visão esperançosa para o futuro, sublinhando a necessidade de estratégias centradas nas pessoas, abordagens de crescimento recalibrado e reformas de governação robustas”, sublinhou a dirigente.
No seu discurso, o Presidente da República, José Ramos Horta, elogiou o PNUD pelo desenvolvimento do Relatório Regional de Desenvolvimento Humano. “O investimento não é apenas em dinheiro. Precisamos de sabedoria e inteligência para identificarmos os desafios e precisamos de ser realistas para que possamos definir as nossas prioridades”, disse.
Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Isaura Lemos de Deus