DÍLI, 28 de novembro de 2023 (TATOLI) – Timor-Leste comemorou hoje o 48.º aniversário da Proclamação da Independência sob o tema Celebrar a história e construir o futuro. Neste pano de fundo, a Tatoli realizou entrevistas a vários professores para conhecer os pontos de vista daqueles sobre o ensino do patriotismo aos alunos e, especificamente, sobre se o ensino favorece a emergência de um sentimento de orgulho e amor pelos símbolos do Estado, como a bandeira, o hino nacional, o lema, as riquezas naturais e o património material e imaterial legado pelos combatentes e heróis da libertação da pátria.
Elisiário Soares Barreto, professor da Escola Católica São Miguel de Hauba, no município de Bobonaro, afirmou que, a seu ver, os docentes têm a obrigação de ensinar os alunos a amar a história e a dominar o hino nacional e os símbolos nacionais.
“Como professor, assumo um papel importante em ensinar os alunos na consolidação do patriotismo, pois existe uma disciplina, educação para a cidadania, que explica em pormenor os símbolos de Timor-Leste, tais como a bandeira e o significado das suas cores, o hino nacional, bem como o lema nacional [unidade de ação e progresso]. Não há razão para os alunos não conhecerem a história do país”, afirmou, em Díli.
Este docente aconselhou ainda que, para promover o patriotismo, o Ministério da Educação deveria reforçar a educação cívica através de uma cerimónia de hastear da bandeira uma vez por semana, para sensibilizar as crianças para o amor à pátria.
O professor deixou uma mensagem a todos os timorenses para reforçar a unidade e a paz com base no lema nacional – unidade de ação e progresso – de forma a contribuir para o desenvolvimento e prosperidade do país e do povo.
A mesma ideia foi avançada por Agostinha Pereira, professora da Escola Secundária-Geral Nobel da Paz, em Díli. A responsável pelas disciplinas de Língua Indonésia e de Educação para a Cidadania, destacou a importância de se reforçar o sentido de patriotismo, uma vez que os alunos são obrigados a conhecer a história do país. “Na escola, ensinamos às crianças o espírito de patriotismo mas, com as mudanças tecnológicas que vivemos, os alunos estão muito apegados às redes sociais e esquecem-se da história de Timor-Leste”.
Agostinha Pereira admitiu que apesar de alguns alunos não conhecerem a história do país, como professora não os castiga porque é proibido por lei. A docente salientou que conhecer a história de Timor-Leste “depende da vontade de cada aluno”.

Natalino dos Santos, professor da Escola Básica Central de Fatubessi, do município de Ermera, por sua vez, afirmou que aos alunos é exigido um espírito patriótico, para que Timor-Leste não perca a sua história. “Para aprofundar o conhecimento das crianças sobre a história de Timor-Leste, é necessário realizar eventos regulares de hastear de bandeiras em todas as escolas para que os alunos conheçam os nomes dos heróis, líderes nacionais, bem como a história da luta do país contra o colonialismo”, defendeu.
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Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Isaura Lemos de Deus