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OMS: Falta de psiquiatras em Timor-Leste é preocupante

OMS: Falta de psiquiatras em Timor-Leste é preocupante

Representante da Organização Mundial de Saúde em Timor-Leste, Arvind Mathur.

DÍLI, 16 de outubro de 2023 (TATOLI) – A falta de psiquiatras nos hospitais em Timor-Leste é preocupante. Quem o afirma é o Representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) no país, Arvind Mathur, no âmbito da celebração do Dia Mundial da Saúde Mental, que se comemora anualmente a 10 de outubro.

O responsável salientou que o desafio de melhorar a saúde mental é enorme, tendo a pandemia de covid-19 agravado a situação. “É sabido que a taxa deste problema de saúde é muito elevada, o acesso aos cuidados de saúde é limitado, e o facto de existirem apenas dois psiquiatras no país é altamente problemático”, disse o dirigente, à Tatoli, em Díli.

Segundo o responsável, a OMS está empenhada, desde 2007, em trabalhar com o Ministério da Saúde e com os outros parceiros de desenvolvimento para prestar serviços de saúde mental e psicossociais inclusivos e de qualidade aos timorenses. Tal tem passado pelo reforço da formação dos profissionais de saúde e pelo desenvolvimento de um plano estratégico destinado a tratar as questões de saúde mental que, atualmente, se encontra em fase de revisão.

A título de informação, existem apenas duas infraestruturas que tratam de doenças mentais em Timor-Leste. A primeira é uma Sala de Tratamentos para Doenças Mentais, também conhecida por Unidade Acute Care que, inaugurada em 2019, possui 12 camas destinadas a pacientes com casos mais agudos e aos quais se administram medicamentos psicotrópicos e ulteriores psicoterapias. Está inserida no Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV), em Díli.

A segunda é um centro de saúde mental em Laclubar, município de Manatuto e que tem a capacidade de prestar cuidados médicos a 13 pessoas. Funcionando desde 2011, já atendeu, até final de 2022, mais de 530 pacientes, a maior parte homens, com patologias mentais desde a depressão, a esquizofrenia, bipolaridade, psicoses e casos de ansiedade aguda. Por entre os mais idosos é mais frequente a demência.

Finalmente, fora da esfera estatal, existe o programa PRADET (Assistência à Doença Mental, Recuperação Psicossocial e Desenvolvimento em Timor-Leste, em português) que fornece acompanhamento psicossocial a pacientes com doenças mentais menos graves.

É, justamente, deste último programa que existem mais alguns dados concretos sobre casos de saúde mental. Desde 2002 a organização registou 1.687 timorenses nos municípios de Aileu, Ainaro, Díli, Baucau, Bobonaro, Ermera e Liquiçá com problemas de saúde mental.

O Dia Mundial da Saúde Mental é um dia internacional dedicado à educação e sensibilização da importância da saúde mental global. Educar para os cuidados, inclusive preventivos, face à saúde mental e sensibilizar contra a discriminação social a que são sujeitos os doentes mentais pela incompreensão da sua situação e pelos estereótipos associados a portadores de patologias mentais. Em 2023, sob o tema As nossas mentalidades, os nossos direitos, valoriza-se a ideia de que a saúde mental é um direito universalmente consagrado e alerta para a urgência de sensibilizar para a importância de um acesso generalizado aos cuidados de saúde mental, para reconhecer os sinais deste tipo de doenças e para se procurar ajuda especializada.

Notícia relevante: Cristina Gusmão, a “médica dos pobres” que ambiciona igualdade para a saúde mental

Jornalista: Afonso do Rosário

Editora: Isaura Lemos de Deus

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