DÍLI, 02 de abril de 2022 (TATOLI) – Assinala-se hoje o Dia da Consciencialização do Autismo cujo objetivo é esclarecer a população mundial sobre esta doença. O autismo, ou transtorno do espectro autista (TEA), é um transtorno neurológico que surge durante a infância ou adolescência e geralmente segue um curso estável, sem remissão, isto é, sem uma cura cabal. As suas manifestações exteriores são altamente variáveis, mas incluem a diminuição de interações sociais, da comunicação verbal e não-verbal e o aumento de comportamentos restritivos e repetitivos.
A este propósito, o Diretor Clínico do Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV), Marcelino Correia, pede às famílias dos pacientes já diagnosticados com o TEA que procurem locais de aconselhamento e tratamento adequados.
“Apesar de não termos um programa dedicado exclusivamente ao autismo, temos médicos no Hospital Nacional Guido Valadares preparados para receber pacientes autistas e as respetivas famílias”, disse o responsável à Tatoli. O dirigente lamentou o facto de não haver dados concretos sobre o número de pacientes com TEA uma vez que “a base de dados do hospital está desatualizada”.
“Por isso, com a celebração do Dia Mundial da Consciencialização do Autismo, tenho esperança que o Governo crie um programa específico para estes pacientes”, apelou. Recordou ainda que outros países criaram um programa específico para atender e aconselhar os familiares destes pacientes. Ainda assim, lembrou Marcelino Correia, “o HNGV, na unidade pediátrica, criou um ambiente favorável a pacientes autistas via realização de diversas atividades de terapia”.
Por sua vez, a responsável da Congregação Orfanato Susteran, irmã Makrina Lewo, revelou que atualmente seis professores da Associação de Sociedades Leigas Missionárias (ALMA) têm vindo a prestar cuidados a 18 crianças com autismo.
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“Devemos assegurar que não haja lugar à discriminação contra as crianças com autismo na sociedade. Os pais devem aceitar a condição de autismo dos seus filhos”, defendeu Makrina Lewo. A responsável apelou ao Governo e às ONG internacionais para alargarem o seu programa de assistência aos autistas fora de Díli, afirmando que muitas crianças autistas não são acompanhadas nas zonas rurais.
Jornalista: Domingos Piedade Freitas
Editor: Isaura Lemos de Deus