DÍLI, 10 de agosto de 2022 (TATOLI) – A Comissão Nacional contra o Trabalho Infantil (CNTI) registou 43 mil crianças timorenses analfabetas a trabalhar.
“De acordo com um estudo feito a nível nacional, 52.651 crianças, entre os cinco e os 17 anos de idade, estão envolvidas em trabalho infantil, das quais 43 mil são analfabetas”, lamentou o Presidente da Comissão Nacional contra o Trabalho Infantil, Aniceto Soro, à Tatoli, em Hudi-Laran, Díli.
Segundo o dirigente, estando estas crianças em situação de trabalho infantil, coloca-se em risco o seu acesso à educação e ao desenvolvimento físico e intelectual.
“Registamos 25.636 crianças a trabalhar na agricultura, silvicultura e caça, 814 em atividades piscatórias, 3.213 em minas e pedreiras, 1.031 na construção civil e em fábricas, 4.936 no comércio e em oficinas e 723 trabalham em outras áreas”, disse.
De acordo com Aniceto Soro, existem ainda 29.109 crianças trabalhar em atividades comunitárias e em serviços sociais.
Para o efeito, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Comissão Nacional do Trabalho Infantil estão a mobilizar esforços para erradicar o trabalho infantil em Timor-Leste até 2025.
A CNTI, especificamente, apresentou ainda seis recomendações para a erradicação do problema em Timor-Leste.
Entre as recomendações da CNTI, contam-se: a criação de um sistema de assistência social para famílias carenciadas e de um plano de ação nacional contra o trabalho infantil; a alocação de um montante adequado para apoiar as crianças em situações laborais; a sensibilização para o impacto negativo do trabalho infantil, bem como a criação de escolas totalmente gratuitas, que incluam transportes para as crianças e um serviço de atendimento para órfãos.
Notícia relevante: CNTI apresenta recomendações para erradicação de trabalho infantil
Jornalista: Isaura Lemos de Deus
Editora: Maria Auxiliadora