DÍLI, 21 de maio de 2021 (TATOLI) – A Aliança de Educação de Timor-Leste (TLCE, em inglês) apresentou as suas perspetivas sobre os progressos do setor da educação timorense e os desafios encontrados durante os 19 anos desde a restauração da independência de Timor-Leste.
José Monteiro, Diretor-Executivo da TLCE, afirmou que o Governo deve alocar 25% do orçamento do setor da educação para responder às necessidades do Ministério da Educação, Juventude e Desporto (MEJD).

“Para desenvolver, entre outros, o plano da educação na reabilitação de escolas, capacitação de professores, bibliotecas e melhorar a gestão escolar”, disse o diretor-executivo, à Tatoli, em Caicoli, Díli.
José Monteiro contou que o MEJD já alcançou alguns progressos na educação, mas há alguns desafios. “Reconstruímos o setor da educação quando estivemos numa situação difícil. Em 2000, as infraestruturas quase foram destruídas, então tivemos de desenvolver novamente. A maioria dos professores não estava preparada para o processo de aprendizagem (apenas 15%) e não tínhamos um currículo escolar naquela altura”, lembrou.
Depois de 19 anos da restauração da independência, segundo José Monteiro, o país já tem professores e já construiu cerca de 400 escolas para responder às necessidades educativas, mas ainda continua com problemas. “Entre 2000 e 2017, foram criadas cerca de 400 novas escolas e reabilitados alguns edifícios existentes. Depois da independência, apenas 45% das crianças em idade escolar tinha acesso à educação, agora aumentou para 92%”, avançou.
O responsável referiu também que, além das infraestruturas, no processo de ensino, existem duas línguas – português e tétum – como línguas de instrução nas escolas, de acordo com a Lei de Bases da Educação. José Monteiro salientou ainda que os currículos para o ensino básico e secundário já estão elaborados.
No que toca aos outros progressos, José Monteiro referiu que 92% das crianças em idade escolar tem acesso ao ensino básico, 40% ao pré-escolar, 56% ao ensino secundário e nas universidades registam-se mudanças depois da independência, nomeadamente a criação de novos estabelecimentos nos municípios.
“Temos já professores em formação, através do Instituto Nacional de Formação de Docentes e Profissionais da Educação de Timor-Leste (INFORDEPE) e o número de estudantes aumentou, bem como as infraestruturas”, adiantou.
Questionado sobre alguns planos da área da educação que ainda não atingiram os objetivos, o diretor TLCE refere que estão ligados ao plano estratégico nacional da educação.
Jornalista: Nelia Fernandes
Editora: Maria Auxiliadora