DÍLI, 05 de maio de 2021 (TATOLI) – Assinala-se, esta quarta-feira, o Dia Mundial da Língua Portuguesa e a Tatoli dá-lhe a conhecer uma jovem aluna da Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL), Josefina dos Santos e a sua perspetiva do português em Timor-Leste.
“Como jovem, pretendo aprender o português através de qualquer meio, como ler revistas, livros e tudo o que tenha relação com a língua portuguesa para que possa melhorar o meu conhecimento sobre o idioma”, disse Josefina dos Santos, à Tatoli.
Josefina dos Santos admite que a língua portuguesa é muito falada na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da qual Timor-Leste também faz parte.
Lembrando que a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) ratificou, a 5 de maio de 2019, a celebração do Dia Mundial da Língua Portuguesa, a aluna considera que se deve valorizar e dar importância a esta língua.
“Hoje em dia, a maioria das instituições, nomeadamente as escolas em Timor-Leste, desde o ensino pré-escolar até ao secundário, utilizam a língua portuguesa no processo de aprendizagem. Peço, por isso, ao Governo, principalmente ao Ministério da Educação, a criação das condições necessárias para uma melhor formação dos nossos professores de português em Timor-Leste, para que, no fim, possam adquirir mais qualidade profissional”, concluiu.
Já Beatriz Sarmento, jovem aluna da UNTL, numa entrevista à Tatoli no dia em que se assinalou, pela primeira vez, o Dia Mundial da Língua Portuguesa, disse que a língua portuguesa ajudou a libertar o país durante a resistência.
“Ajudou também na construção da sua identidade e no reforço do vocabulário do tétum”, disse Beatriz Sarmento estudante do Departamento de Língua Portuguesa da UNTL, à Tatoli, no Liceu, Díli.
“Devemos não só aprender esta língua como também pô-la em prática. Apesar de ser língua oficial, a par com o tétum, é muito pouca usada no nosso quotidiano. O português é fundamental para a construção da nossa identidade como povo e para a aquisição de novas competências científicas”, afirmou.
A estudante referiu ainda que a presença do idioma em causa em Timor-Leste não deve ser apenas histórica.
Para Beatriz Sarmento, as autoridades timorenses devem implementar o ensino da língua com mais eficácia e seriedade, não sendo apenas utilizada como um mero auxílio no processo de aprendizagem.
“É fundamental que os principais responsáveis reforcem a presença desta língua no país”, frisou.
A universitária considera também que a língua portuguesa evoluiu em Timor-Leste de forma significativa nos últimos anos, abrindo as portas para novas oportunidades de emprego.
“Muitos timorenses têm interesse em aprender a língua, porque consideram que criará novas oportunidades, melhores empregos e permitirá ainda conhecer novas culturas”, disse.
A universitária deixou, por último, uma mensagem a todos os jovens para que promovam a língua portuguesa em prol do desenvolvimento do país.
“Se a língua portuguesa fez tanto por nós, temos de lhe dar o verdadeiro valor que ela tanto merece”, concluiu.
Jornalista: Nelia Fernandes
Editora: Maria Auxiliadora