DÍLI, 08 de novembro de 2019 (TATOLI) – A Autoridade Nacional do Petróleo e Minerais (ANPM), em representação do Estado timorense, assinou um contrato de partilha de produção e exploração de reservas de gás no Mar de Timor, no campo TL-SO-19-16, conhecido como Chuditch, com a Sunda Gás Banda Unipessoal, Lda (SundaGas) e a petrolífera TIMOR GAP.
Neste contrato de produção, a TIMOR GAP deterá uma participação de 25% e a Sunda Gás de 75%, esta última uma companhia com proprietário inglês, já registada em Timor-Leste, mas com base em Singapura.
O Presidente da ANPM, Gualdino da Silva, adiantou que o programa dos dois primeiros anos, inclui a conclusão do estudo e um processamento dos dados sísmicos.
“Ao fim de dois anos, caso corra bem, irá ser realizada a perfuração e, num terceiro ano, de um poço para encontrarmos mais gás e podermos aumentar [a produção]”, disse Gualdino, esta sexta-feira, depois da celebração do contrato no Ministério das Finanças, em Aitarak-Laran.
O dirigente adiantou também que já há, desde o ano passado, provas da existência de gás nesta área. “Por volta de 0,7 TCF (triliões de pés cúbicos) de gás. Mas encontrámos mais. Temos agora uma estrutura que se encontra no contrato da área que nos poderá oferecer mais algum gás, entre os 1.2 e 1.3 TCF, podendo assim ser desenvolvida de forma independente”, afirmou.
Gualdino da Silva revelou também que um banco em Singapura, o United Overseas Bank (UOB), assegurará o financiamento do projeto.
Segundo o dirigente da ANMP, apesar da participação de 25% da TIMOR GAP e de 75% da SundaGas (como operadora), a petrolífera timorense recuperará o investimento.
“A TIMOR GAP não vai alocar verbas desde o início, mas, usufruindo da participação como companhia estatal, venderá o gás e posteriormente recuperará o investimento antes de conseguir receitas”, destacou, revelando igualmente que o Estado, representado pela ANPM, beneficiará de 40% dos lucros.
De acordo com Gualdino, os dois primeiros anos envolvem um investimento de um milhão de dólares e, no terceiro ano, com a perfuração, serão gastos entre 15 e 20 milhões de dólares, sendo que nem o Estado nem a TIMOR GAP farão parte deste investimento.
Os contratos assinados nos campos de gás de Chuditch, localizados no Mar de Timor, estavam antigamente na área conjunta, mas depois da entrada do tratado em vigor esta zona pertence na totalidade a Timor-Leste.
TL-SO-19-16 tem uma área de 357 quilómetros quadrados. A Sunda Gás e a TIMOR GAP têm o compromisso de elaborar um programa para sete anos. Numa primeira fase, entre 1 a 3 anos, serão processados os dados sísmicos. Caso se decida pela perfuração, num segundo período, entre os anos 4 e 5, realizar-se-ão estudos para avaliação do poço e da exploração. Numa terceira etapa, nos dois últimos anos, haverá lugar a estudos geológicos e geofísicos.
O Diretor-Executivo da Sunda Gás, Andy Butler afirmou, por sua vez que, estava satisfeito com a assinatura do acordo.
“A nossa primeira prioridade é melhorar a profunda compreensão sobre os recursos de Gás em Chuditch e identificar a localização correta do primeiro poço. Iremos fazer isto paralelamente com outras análises de prospeção para depois criarmos um portefólio completo de perfuração”, afirmou.
O diretor considera ainda que este é um passo importante para a Sunda Gás progredir, técnica e comercialmente, e assegurar o desenvolvimento dos recursos descobertos ou por descobrir para benefício de Timor-Leste.
A celebração do acordo teve como base o artigo 12.º da Lei das Atividades Petrolíferas n.º 1/2019 de janeiro assim como a primeira alteração da lei n.º 13/2005 do mês de setembro.
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Jornalista : Maria Auxiliadora
Editor : Rafy Belo
