DÍLI, 10 de abril de 2025 (TATOLI) – O Reitor da Universidade da Paz, Adolmando Amaral, considera que os 10% de taxa de importação decretada pelos Estados Unidos da América (EUA) não terão impacto na economia do país, uma vez que o café é, para já, o único produto exportado para aquela nação.
Em causa está a tarifa aduaneira de 10%, implementada por Trump, Presidente dos EUA, no passado dia 05 de abril, sobre os produtos de importação de 185 países, dos quais se inclui Timor-Leste.
“Os países que exportam produtos em grande escala para os Estados Unidos da América é que vão sofrer mais com as consequências daquela nova medida”, disse Adolmando Amaral à Tatoli, em Díli.
O académico referiu que o aumento da taxa poderá fazer com que os principais países que exportam para os EUA possam optar por procurar novos destino para exportar os seus produtos.
Por sua vez, o Presidente da Cooperativa do Café Timor (CCT), Mário Soares, revelou que a entidade exportou, no ano passado, 37 contentores, o equivalente a mais de 600 toneladas de café arábica e robusta para a Austrália, Canadá, Japão, Nova Zelândia e EUA.
Segundo o dirigente, grande parte do café exportado foi para as empresas dos EUA Starbucks e Thank You Coffee. “As empresas dos Estados Unidos da América pedem anualmente mais de 100 contentores, mas a produção no país é insuficiente para responder à procura”, informou o dirigente à Tatoli, em Díli.
Segundo o Relatório de Desempenho Económico do país de 2024, divulgado pelo Banco Central de Timor-Leste, as exportações não petrolíferas aumentaram 21,7% no ano passado, atingindo 21 milhões de dólares, sendo o café o principal produto.
Conforme o relatório, a Indonésia e os EUA continuaram a ser os principais destinos das exportações, embora as que eram para o país vizinho tenham caído 27,8%. “As exportações para a Austrália também aumentaram significativamente. Entretanto, as importações de Timor-Leste cresceram 12,5%, em 2024, totalizando 923,2 milhões de dólares, com a Indonésia e a China como principais fornecedores. As principais importações incluem combustíveis, veículos e cereais”, refere.
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Jornalista: Jesuína Xavier
Editora: Isaura Lemos de Deus