DÍLI, 12 de junho de 2023 (TATOLI) – Com a chegada de um navio ao porto de Hera com 2,7 milhões de litros de gasolina, 3 milhões de litros de gasóleo e 400 mil litros de querosene de aviação, a expetativa é de que o abastecimento de combustível em Timor-Leste, escasso desde a última semana, se normalize ao longo do dia.
De acordo com o Diretor da empresa Esperansa Timor Oan (ETO), Nilton Gusmão, quantidades semelhantes chegarão a Díli no dia 29 deste mês. “Os camiões já estão em Hera e vão distribuir o combustível para assegurar as necessidades em todo o território”, afirmou à Tatoli. Nilton Gusmão revelou que o suprimento, normalmente, é suficiente para garantir o abastecimento entre 45 e 50 dias. A alta procura, contudo, pode fazer com que o stock assegure o consumo regular em menos dias.
Já o Diretor de Downstream da Autoridade Nacional de Petróleo e Minerais (ANPM), Nelson de Jesus, informou que muitos camiões estão em fila desde ontem de manhã para receber o combustível, e que espera uma redução imediata nas longas filas nos postos.
O responsável agradeceu também à comunicação social por ter fornecido informações à Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) sobre as aglomerações nos postos de abastecimento, e à instituição por ter feito a segurança nos locais mais críticos. Apesar disso, conflitos foram presenciados em determinados postos em Díli.
Segundo a ANPM, a falta de combustível é atribuída ao atraso de navios que trazem o produto importado da Indonésia. Situação parecida aconteceu no ano passado.
“Como é que um país tão rico em petróleo pode enfrentar a falta de gasolina?”
Pelo que a Tatoli apurou no terreno hoje de manhã, ainda eram visíveis grandes quantidades de condutores nos postos de abastecimento. Os cidadãos, descontentes, reclamam que a falta de combustíveis dificulta a movimentação diária.
César Trindade era um dos inconformados. Às 8h30, o motorista dizia estar na fila da Pertamina International, em Bebora, há quase duas horas. Afirmou ter vindo de Tasi Tolu, onde vive, para comprar gasolina. “Os postos perto da área de Tasi Tolu estão fechados, então tenho de procurar onde ainda há combustível. Esta situação atrapalha muito a nossa vida”, desabafou.
Por sua vez, Josefina Ximenes, uma jovem que usa mota para se deslocar para o local de trabalho, demonstrou preocupação com a falta de gasolina e questionou as autoridades. “Disseram que o abastecimento se iria normalizar no domingo, mas a realidade é que a maior parte dos postos de abastecimento continuam fechados. Como é que um país tão rico em petróleo pode enfrentar a falta de gasolina?”, observou.
De acordo com os dados da ANPM, existem atualmente 59 postos de combustível registados em Timor-Leste, sendo 26 na capital.
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Equipa da TATOLI