DÍLI, 07 de fevereiro de 2023 (TATOLI) – O Instituto de Pesquisa, Desenvolvimento, Formação e Promoção do Bambu está a desenvolver a sua atividade em 700 hectares de terreno de nove municípios para responder às necessidades da indústria.
O cultivo do bambu está presente nos municípios de Aileu, Ainaro, Baucau, Ermera, Liquiçá, Lautém, Manufahi, Manatuto e Viqueque.
O Diretor-Executivo do Instituto do Bambu, Anito Matos, informou que o cultivo do bambu está em curso nos municípios de Ataúro, Bobonaro, Manufahi, salientando a sua equipa vai realizar ainda um estudo para a possibilidade de cultivo também no Oé-Cusse.

“Além de cultivarmos, facultamos também formação aos agricultores sobre o cultivo do bambu, pois esta matéria-prima é apta a ser transformada em mobiliário, após seis de crescimento”, afirmou, Anito Matos, no Farol.
Trata-se, portanto, de uma matéria-prima rentável à qual vale a pena investir e da qual está garantido um retorno, quer na forma de mobiliário, quer na forma de objetos de adorno.
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O instituto tem ainda 30 grupos de trabalho nos municípios para criarem bambu nos centros de produção de viveiros de modo a expandir a plantação.
“Quando o bambu está grande, os agricultores vendem-no ao instituto. Compramos cada pé por 85 centavos”, disse.
António Matos garantiu que o cultivo do bambu permite aumentar o rendimento familiar e evitar a erosão provocada pelas mudanças climáticas.
O instituto, localizado em Tíbar, a oeste da capital, no município de Liquiçá, representa atualmente a única fábrica de bambu em Timor-Leste.
O projeto, que surgiu em 2008, partiu de uma parceria entre a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial e o Governo de Timor-Leste, com o objetivo de impulsionar a indústria de transformação de bambu no país.
Recorde-se que, depois de uma equipa timorense participar numa formação na Índia, em 2009, se iniciou o processo de produção de mobiliário. O bambu transformado é comprado às comunidades locais ou provém das plantações do instituto. Depois de cortado, o bambu é aberto na vertical, cortado em tiras, passa por um processo de cozedura, secagem e colagem para formar as placas de aglomerado que depois são transformadas em mobiliário, como mesas, cadeiras, armários, camas ou estores.
Segundo Anito Matos, apesar de o instituto enfrentar várias dificuldades, sobretudo na escassez de equipamentos para a produção de mobiliários e de transportes para a distribuição dos produtos, o centro, que tem atualmente 83 funcionários, continua a promover o produto local para arrecadar receitas para os cofres do Estado.
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O Instituto do Bambu vende os seus produtos através do website e de redes sociais, participa em eventos como feiras e festivais. Os seus principais clientes são compradores privados ou Organizações Não-Governamentais, que procuram mobiliário de escritório, bem como instituições do Estado.
O modelo de negócio do instituto caracteriza-se pela sustentabilidade, pelo respeito pelo meio ambiente e pelas preocupações sociais. Não produzem qualquer tipo de resíduos. A serragem de bambu é reutilizada e transformada em briquetes. As sobras dos troncos são reaproveitadas para produzir pequenas peças de artesanato.
Jornalista: Jesuína Xavier
Editora: Maria Auxiliadora