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“Graduados emigram para encontrar empregos mais bem remunerados”

“Graduados emigram para encontrar empregos mais bem remunerados”

Zequiel Martins do Carmo, coordenador do Grupo de Fertilizantes Orgânicos de Timor-Leste.

DÍLI, 09 de janeiro de 2023 (TATOLI) – Aos olhos dos timorenses, encontrar um emprego nos setores público e privado é, por vezes, muito difícil, pelo que alguns cidadãos criam as suas empresas e outros decidem trabalhar no estrangeiro. De acordo com um relatório da Secretaria de Estado da Formação Profissional e Emprego, na última década, mais de 17 mil timorenses  emigraram para a Austrália e Coreia do Sul, entre outros países.

Zequiel Martins do Carmo, coordenador do Grupo de Fertilizantes Orgânicos de Timor-Leste (TILOFE, sigla em inglês), um grupo que produz e vende fertilizantes orgânicos, disse que Timor-Leste tem potencial na agricultura. Na sua opinião, é importante que o Governo subsidie os agricultores para os fixar na agricultura. Timor-Leste vai fazer parte da ASEAN e terá oportunidades de competir no mercado asiático. “Precisamos de aperfeiçoar os nossos produtos locais, mas é importante melhorar primeiramente a economia do povo”, disse.

O coordenador está preocupado com a situação atual do país por achar que continua fortemente dependente das importações. “Este é um dos problemas do nosso país. Por exemplo, o arroz é importado do Vietname, da Indonésia e de outros países. Se um dia estes países pararem as suas exportações, o nosso povo vai morrer de fome”, avisou.

Para Zequiel, é importante que o governo controle as importações para que os agricultores possam promover os produtos locais e, possivelmente, reduzir o número de desempregados no país. Zequiel conclui que os cidadãos timorenses, especialmente os jovens, estão mal organizados e recebem pouca atenção por parte das autoridades nacionais.

Domingos Pereira, coordenador do grupo Empoderamento dos jovens para o futuro.

Domingos Pereira, coordenador do grupo Empoderamento dos jovens para o futuro (YEFF, sigla em inglês) formou um grupo que cultiva e vende vegetais, cria espécies de peixe fluvial e gado para ajudar os comerciantes do mercado de Díli. “Fornecemos os nossos produtos ao mercado local e ajudamos os vendedores ambulantes”, afirmou.

De acordo com Domingos Pereira, atualmente nos mercados locais há progressos, porque existe “um aumento dos consumidores e os produtos estão a vender bem”, mas o problema é que o povo timorense ainda usa métodos tradicionais de comércio. Domingos refere-se à venda ambulante e a uma gestão não profissionalizada do comércio.

“Os nossos produtos, por exemplo, legumes e carnes, são facilmente perecíveis. Embora o Governo tenha criado lojas agrícolas na cidade, não são suficientes para todos os produtores.

Na sua opinião, para resolver o problema laboral (falta de emprego) em Timor-Leste, “devemos primeiro melhorar a educação e depois investir no setor privado. E é importante que o Governo supervisione passo a passo”.

Sofia Soares, estudante da UNTL.

Na opinião de Sofia Soares, 19 anos, estudante da UNTL, há falta de emprego, especialmente empregos relacionados com os cursos obtidos no ensino superior. “Muitos graduados emigram para encontrar empregos mais bem remunerados. Por um lado, ajuda a economia familiar, mas, por outro lado, há falta de jovens produtivos neste país. O país pode progredir se os jovens estiverem diretamente envolvidos no emprego”, afiançou.

Para Sofia Soares, uma das questões que contribuem para a emigração é a pequenez do salário mínimo. Segundo a estudante, o Governo precisa de criar muitos empregos e com salários dignos. “Os nossos governantes devem ter um bom plano para usar os nossos graduados. Este investimento iria melhorar a qualidade dos nossos recursos humanos”.

Rosália Elvi Trindade, 27 anos, empresária de saladas de fruta, falou sobre os benefícios do mundo digital, pois os cidadãos têm agora facilidade de obter rendimentos online. “Conheço muitos amigos que vendem através da internet. Os seus produtos são bens comercializáveis e ganham muito dinheiro. Eles podem ser um exemplo para outros jovens”, afirmou.

A empresária disse que os cidadãos timorenses ainda são muito dependentes. “Muitas pessoas pensam que trabalhar no setor público é um privilégio, mas isto é um erro do nosso pensamento. É importante que o nosso trabalho contribua para a independência económica”, assegurou.

Zequiel, Domingos, Sofia e Rosália são cidadãos que se preocupam com o progresso. Eles dão a sua opinião baseados na sua experiência. Para estes cidadãos, existe a esperança de que o país  se desenvolva no futuro. Para eles, “é importante que o Governo e os cidadãos trabalhem em conjunto”.

Equipa da TATOLI

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