DILI, 16 de dezembro de 2022 (TATOLI) – Os órgão eleitorais não vão implementar centros de votação na Indonésia para as eleições parlamentares timorenses. Assim sendo, os emigrantes timorenses naquele país só poderão exercer o seu direito de voto se devidamente registados em Timor-Leste.
“Encontrei-me com o Presidente da República e a razão de não haver possibilidade de votar na Indonésia para as eleições parlamentares timorenses tem a ver com questões de tempo, da segurança e das relações políticas de duas nações”, disse o Presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), José Belo, após o encontro com o Ramos Horta, no Palácio Presidencial, no Bairro Pité.
Também o Diretor-Geral interino do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), Leonardo Amaral, confirmou que o Presidente da República não quer ver realizadas eleições para o parlamento timorense na Indonésia.
“É a decisão do Chefe de Estado. Enquanto órgão eleitoral, a STAE está sempre pronta para realizar quaisquer eleições”, referiu.
Questionado sobre o grande número de eleitores timorenses na Indonésia, o Diretor-Geral interino revelou que, enquanto o órgão eleitoral, respeita a decisão do Chefe de Estado.
Leonardo Amaral salientou ainda que informou o Chefe de Estado sobre os planos operacionais para as próximas eleições parlamentares.
No que toca especificamente aos estudantes timorenses na Indonésia, o Gabinete do Adido da Educação revelou não ter dados atualizados sobre o total de timorenses a estudar naquele país, mas que, em 2021, era de 1.714 estudantes. Tais dados foram fornecidos, segundo o adido, pela DIKTI (Dikti Pendidikan Tingi), instituição estatal indonésia que contabiliza, entre outros, o número de estudantes estrangeiros.
A respeito das eleições em causa no estrangeiro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MNEC) e o STAE tinham pretendido aumentar o número de centros de votação.
O Diretor-Geral para os Assuntos Protocolares e Consulares do MNEC, José Amorim, tinha dito que o ministério estaria a coordenar-se com os embaixadores timorenses no estrangeiro para garantir o processo eleitoral no próximo ano.
“Temos muitos timorenses em Portugal e, por isso, a Embaixadora de Timor-Leste naquele país pediu que se aumente o número de centros de votação e que sejam distribuídos por várias cidades. A necessidade é semelhante na Correia do Sul e na Inglaterra, onde a comunidade timorense é superior a 30 mil habitantes”, afirmou José Amorim, em Caicoli, Díli.
Segundo o dirigente, existem muitos estudantes timorenses em Cabo-Verde, Moçambique, Filipinas e na Indonésia, pelo que é importante que se aumente o número de centros também nestes países.
Jornalista: Domingos Piedade Freitas
Editora: Maria Auxiliadora