DÍLI, 28 de setembro de 2022 (TATOLI) – O psiquiatra da Unidade de Cuidados Agudos do Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV), Edmundo Monteiro, mostrou-se preocupado com a falta de medicamentos para o tratamento de doenças relacionadas com a saúde mental.
“O hospital está atualmente com défice de fármacos à base de haloperidol e olanzapina, por isso, estamos bastante preocupados. Estes doentes precisam muito de tomá-los diariamente”, informou Edmundo Monteiro, em Bidau, Díli.
O psiquiatra referiu que é necessário que os pacientes tomem estes medicamentos para controlar a doença e evitar que fiquem agressivos.
“Temos atualmente stock de fármacos à base de clorpromazina, mas é insuficiente. Este medicamento apenas é administrado em casos de urgência psiquiátrica, cujos pacientes têm de ficar internados. Tentamos gerir as doses, mediante a gravidade da doença”, acrescentou.
Relativamente ao fármaco à base de olanzapina, Edmundo Monteiro referiu que a Unidade de Cuidados Agudos trabalha em parceria com o Centro de Apoio de Saúde Mental, em Laclubar.
O psiquiatra recordou que a Unidade de Cuidados Agudos registou, no primeiro semestre, 17 pacientes com problemas do foro psicológico, com idades compreendidas entre os 16 e os 40 anos, seis dos quais estão internados.
“A maioria dos casos constatados são reflexo de problemas familiares. A pobreza e a violência doméstica contribuem para a taxa de suicídio. É fundamental que pacientes com tendências suicidas o apoio dos familiares e amigos”, referiu.
Edmundo Monteiro lembrou que a Unidade de Cuidados Agudos trabalha em parceira também com a Organização Não-Governamental da Recuperação e Desenvolvimento Psicossocial em Timor Leste (PRADET), a Fundação Klibur Domin e o Centro de Apoio de Saúde Mental, em Laclubar.
Jornalista: Isaura Lemos de Deus
Editora: Maria Auxiliadora