DÍLI, 29 de junho de 2021 (TATOLI) – A Organização Não Governamental (ONG) PERMATIL considera que o programa de horta escolar e permacultura “Laboratório para a Vida” é um benefício para o desenvolvimento infantil.
O Diretor Executivo da PERMATIL, Ego Lemos, explicou que a organização está a implementar o programa “Horta Escolar” para responder ao projeto de alimentação escolar, em coordenação com o Ministério da Educação, Juventude e Desporto. Este programa integra o currículo nacional de educação.
“A horta escolar também se tornou um “Laboratório para a vida”, pois promove a educação para o desenvolvimento sustentável. Os professores aproveitam o programa para ensinar os alunos em algumas disciplinas, como línguas, arte cultural, saúde, ciências naturais e ciências sociais”, sublinhou à TATOLI, no seu escritório, no Farol, esta terça-feira.
O responsável referiu que o programa pretende ensinar as crianças a produzirem fertilizante orgânico e a protegerem o meio ambiente, principalmente na prevenção da destruição da natureza. “Este programa pode ajudar a melhorar a saúde das crianças por meio do consumo de alimentos nutritivos”.
“O programa ‘Horta Escolar e Permacultura’ deve estar vinculado à cultura de produtos locais para fornecer alimentos frescos e nutritivos, pois visa incutir às crianças a preferência por alimentos seguros e saudáveis, garantindo, assim, o seu desenvolvimento cerebral”, acrescentou.
Lemos sublinhou que o programa é muito ativo, inovador e participativo. Os pais e os alunos podem cozinhar e consumir um menu com alimentos locais.
“É educar os pais das crianças para o cultivo de produtos locais e fornecimento de alimentos nutritivos aos seus filhos para contribuir para o seu desenvolvimento cerebral”.
O diretor informou que a PERMATIL criou 252 hortas de permacultura em escolas de todo o território de Timor-Leste, exceto no Município de Oecusse. O programa tem tido sucesso e regista-se uma mudança de comportamento nas crianças e professores.
O responsável referiu ainda que várias escolas usam o método da horta escolar para ensinar os seus alunos, como as escolas básicas de Hera, de Bikeli, em Ataúro, de Lakluta, no Município de Viqueque e a escola secundária católica de Letefoho, em Ermera.
“A horta escolar de permacultura ajuda os alunos a aprenderem a produzir fertilizante orgânico e a cultivarem alimentos em casa, onde os professores vão avaliar. As crianças seguirão um processo de autoaprendizagem, que experimentam, primeiro, neste programa”.
Lemos revelou que, em Letefoho, Ermera e na escola básica da aldeia de Leki Salak, alguns alunos rejeitaram comer alimentos do menu do programa de alimentação escolar, preferindo comer o que cultivam na sua horta.
“Isto significa que este programa pode mudar a atitude das crianças, já que os alunos costumam comer os produtos locais colhidos da sua horta”.
“Este programa promove igualmente a cultura social e aumenta a economia do país, bem como ajuda as crianças timorenses a consumirem as culturas locais e não apenas alimentos importados com menos vitaminas, carbohidratos e cálcio”, disse.
Lemos apela ao governo de Timor-Leste que forneça um programa de alimentação substancial de modo a promover os produtos locais e contribuir para a diversificação económica em Timor-Leste.
Jornalista: José Belarmino de Sá
Editor: Nelia Borges/Tradutora: Jesuína Xavier