DÍLI, 18 de fevereiro de 2025 (TATOLI) – O Instituto da Defesa Nacional (IDN) organizou hoje uma palestra sob o tema Capacitação e Desafios das Forças de Defesa e Segurança de Timor-Leste: Análise Críticas e Perspetivas para Operações em Cenários Complexos.
A iniciativa visou proporcionar aos finalistas da 3.ª edição do Curso de Estado-Maior Conjunto e Integrado (CEMCI), destinada a oficiais superiores das FALINTIL-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), a oportunidade de apresentarem as conclusões da investigação levada a cabo do decorrer do referido curso.
O CEMCI é um curso direcionado a oficiais superiores das F-FDTL e da PNTL e tem como objetivo qualificar oficiais superiores das instituições em apreço para desempenharem funções operacionais e estratégicas em estados-maiores conjuntos, tanto nacionais como internacionais.
Intervindo no evento, o Diretor Adjunto do IDN, o Capitão Fragata Duarte Borges Loe, referiu que o evento é um debate académico sólido e estratégico sobre as oportunidades e os desafios que moldam a evolução das forças armadas e de segurança.
O Capitão Fragata adiantou que, no contexto atual, o país necessita de uma ação e de um compromisso orientados para o reforço institucional, para a modernização da capacidade operacional e para um planeamento estratégico adequado de modo a garantir a soberania nacional.
Por sua vez, o Tenente-Coronel das F-FDTL, Gregório Bernardo Correia, na sua apresentação sobre A Capacidade de Intervenção das Forças Armadas no Âmbito da Ajuda Humanitária, salientou que as catástrofes naturais e as crises humanitárias podem ocorrer a qualquer momento, pelo que a prontidão dos efetivos nestes cenários é crucial.
“As Forças Armadas precisam de uma modernização logística, de uma cooperação interinstitucional, de uma formação qualificada e de uma inovação tecnológica para fazer face aos desafios que possivelmente enfrentaremos no futuro”, afirmou Gregório Bernardo Correia, no auditório do IDN, em Díli.
Por outro lado, o Superintendente Assistente da PNTL, Silveiro de Araújo, que apresentou o tema sobre Crime Transnacional, afirmou que é necessário se investir na formação de recursos humanos, sobretudo nos efetivos que desempenham funções nessas áreas relevantes para combater o crime transnacional.
“Precisamos de equipamentos tecnológicos para efetuar a vigilância nas áreas fronteiriças e de uma boa cooperação com os países amigos e vizinhos para trabalharmos em conjunto de modo a combater o comércio ilícito nas fronteiras”.
Já o Diretor da Autoridade Marítima Nacional, Julião Pinto da Silva, na sua apresentação – Desenvolvimento e Desafios da Governança na Capacidade Operacional –, disse que a maior riqueza do país é a soberania marítima, uma vez que esta é um dos pilares centrais para o desenvolvimento nacional.
Segundo o dirigente, para garantir esta soberania, a Autoridade Marítima Nacional necessita de infraestruturas portuárias adequadas, de formação específica para os profissionais navais e de dispositivos tecnológicos atualizados para proteger as águas territoriais.
Recorde-se que a 1.ª edição do curso tinha ocorrido em 2014, tendo contado com seis formandos, três das F-FDTL e três da PNTL. No que toca à 2.ª edição, esta decorreu em 2016, com 11 graduados, seis dos quais da PNTL e os restantes das F-FDTL.
Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Isaura Lemos de Deus
