DÍLI, 14 de fevereiro de 2025 (TATOLI) – Após a reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) com o Governo, o Diretor-Executivo do Fórum das Organizações Não-Governamentais de Timor-Leste (FONGTIL), Valentim Pinto, destacou a necessidade de o Executivo apostar nos setores da economia, da agricultura, da educação e da saúde.
O dirigente afirmou que, apesar de o país ter aderido à OMC, o Governo deve garantir o direito de regularização da economia e do comércio. “Consideramos que a OMC é, desde o início, um instrumento económico dos países industrializados para explorar e controlar [economicamente] as nações menos desenvolvidas, como Timor-Leste”, referiu o responsável, numa conferência de imprensa, em Díli.
Valentim Pinto referiu que lacunas na saúde, como a falta de medicamentos, contribuem para a elevada “taxa de mortalidade”. “A falta de uma alimentação saudável leva mais de 300 mil timorenses a enfrentar crises alimentares, e metade da população continua a sofrer de má nutrição”, salientou.
O Diretor Executivo frisou que os preços de bens de primeira necessidade se mantêm elevados, afetando o poder de compra dos cidadãos com dificuldades financeiras.
Para o dirigente, “enquanto os estabelecimentos de ensino públicos se debatem com muitas dificuldades, assiste-se a uma comercialização do setor educativo devido ao aumento das escolas privadas”.
Valentim Pinto recordou que, após mais de 20 anos da independência do país, segundo o Índice da Pobreza Multidimensional (MPI, em inglês), divulgado pela Organização das Nações Unidas em 2022, cerca de 42% da população timorense está em situação de vulnerabilidade social.
“A dependência dos produtos importados ainda permanece e o levantamento do Fundo Petrolífero, que não é sustentável, pode levar o país a entrar num precipício fiscal”, acrescentou.
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Jornalista: Jesuína Xavier
Editora: Isaura Lemos de Deus