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OPINIÃO

Cristiano Ronaldo, a seleção de Portugal, e o eco dos seus adeptos em todo o mundo: um laço emocional sem limites

Cristiano Ronaldo, a seleção de Portugal, e o eco dos seus adeptos em todo o mundo: um laço emocional sem limites

(Pe. Domingos Godinho de Araújo, timorense em Portugal)

 

O mundo está atualmente unido pelo fenómeno do Campeonato Europeu e da Copa América, com duas figuras centrais que se tornaram ímanes para milhões de adeptos: Cristiano Ronaldo de Portugal e Lionel Messi da Argentina. Estes dois jogadores não são apenas estrelas do futebol, mas ícones globais que transcendem barreiras étnicas, raciais, religiosas e nacionais. Cada fã demonstra uma lealdade inabalável, muitas vezes ignorando as qualidades dos outros jogadores. Esta é a magia que eles possuem, cada um tendo conquistado a Ballon d’Or várias vezes.

No contexto do Campeonato Europeu de 2024, Ronaldo volta a ser o centro das atenções. O último jogo de Portugal contra a Eslovénia foi repleto de drama e tensão para os adeptos. Circulam rumores de que esta pode ser a última participação de Ronaldo no Euro. Com a idade a aproximar-se dos 40 anos e o desempenho não tão brilhante como há uma década, estas especulações fazem sentido. Esta possibilidade tem motivado os adeptos em todo o mundo a assistir a cada partida de Ronaldo com Portugal neste Euro.

Neste momento, Portugal prepara-se para enfrentar a França nos quartos de final (uma partida de vida ou morte), um jogo que decorrerá às 20h00 horas em Portugal ou às 04h00 horas em Timor-Leste. A grande questão é: será esta a noite de sorte para Ronaldo, ou o seu último dia no palco do Euro? A esperança dos fãs é ver Portugal conquistar o Campeonato Europeu de 2024, um feito que coroaria a carreira ilustre de Ronaldo. No entanto, tudo dependerá do esforço coletivo da Seleção Nacional e, obviamente, do destino.

Um dos aspetos mais interessantes do fenómeno Ronaldo e Portugal é o apoio extraordinário dos cidadãos de Timor-Leste, um pequeno país com uma longa história como parte de Portugal. O laço emocional entre os povos de Timor-Leste e Portugal é muito forte, especialmente em grandes eventos como o Campeonato do Mundo ou o Campeonato Europeu. Desfiles de veículos com bandeiras de Portugal, gritos de “Viva Portugal, Viva Ronaldo”, e a euforia que invade todo o país são cenários comuns. Talvez os portugueses, incluindo a embaixada de Portugal em Timor-Leste, possam testemunhar esta euforia. Como timorense, eu próprio sinto este vínculo emocional. Contar histórias sobre Timor-Leste aos portugueses sempre evoca sentimentos semelhantes, especialmente entre aqueles com mais de 40 anos da idade.

A luta de Timor-Leste pela independência e a tragédia da Massacre de Santa Cruz em 1991, que provocou manifestações massivas em Portugal contra as ações repressivas do regime de Soeharto, são partes da história que fortalecem a relação emocional entre as duas nações. Timor-Leste e Portugal são como irmãos que foram separados por duas décadas e mais e agora se reencontraram, cada um com a sua própria casa (independência). Contudo, o sentimento de fraternidade permanece, atravessando distâncias e tempos. Sempre que Portugal joga em competições internacionais, o público timorense celebra e apoia de coração, como se vê nas redes sociais e nas ruas.

A euforia em Timor-Leste quando Portugal joga pode causar congestionamento no trânsito no Capital de Dili, com desfiles de veículos adornados com bandeiras de Portugal e buzinas ressoando por toda parte. Embora para alguns que não são fãs de futebol isto possa ser perturbador, a espontaneidade e alegria nascem do coração dos timorenses. Como timorense que agora vive em Portugal, costumo partilhar estas histórias com amigos portugueses, que sempre ficam surpreendidos e se alegram ao ver o apoio incrível vindo de um canto tão distante do mundo.

A grande esperança dos adeptos de Ronaldo e da Seleção Nacional em Timor-Leste é ver Portugal chegar à final e até vencer o Euro 2024. Outro desejo é que Ronaldo e a Seleção Nacional possam um dia visitar Timor-Leste. Embora Ronaldo tenha visitado Timor-Leste há alguns anos, a esperança persiste de que a seleção das quinas possa visitar e sentir diretamente o orgulho e o apoio dos seus irmãos lá. Este laço emocional forte é prova de que o futebol é mais do que um desporto; é uma ferramenta de união que supera fronteiras geográficas e históricas.

Que Portugal possa avançar e que Ronaldo possa terminar a sua carreira no Euro com grande orgulho e dignidade.
Que o laço emocional entre Timor-Leste e Portugal continue firme, e que este espírito de união viva em cada jogo que joguem.

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