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Manuela Bairos: trio liberdade, igualdade e solidariedade marca a concretização completa dos ideais de Abril

Manuela Bairos: trio liberdade, igualdade e solidariedade marca a concretização completa dos ideais de Abril

Embaixadora de Portugal em Timor-Leste, Manuela Bairos. Foto da Tatoli

DÍLI, 26 de abril de 2024 (TATOLI) –Uma causalidade entre o 25 de Abril em Portugal e a independência das antigas colónias ultramarinas portuguesas foi estabelecida pela Embaixadora de Portugal em Timor-Leste. Por tal, Manuela Bairos defendeu que o 25 de Abril “é uma data que merece ser celebrada” por aqueles países porque, em última instância, também lhes propiciou serem “países independentes, livres e mais justos para si próprios e para a sua sociedade”.

Entre outras considerações de natureza histórica, aquela ideia foi dita pela diplomata na sua apresentação sobre o 25 de abril e o direito à autodeterminação do povo de Timor-Leste, inclusa num seminário de reflexão do 50.º aniversário da Revolução dos Cravos, sob o tema Descolonização em Timor-Leste 1974-1975, organizado pelo Centro Nacional Chega (CNC). “O 25 de abril em Portugal e em Timor-Leste merece, naturalmente, ser festejado porque é a festa da liberdade, a festa da igualdade e da fraternidade. O ideal seria ter países mais justos, independentes, livres para si próprios e para a sua sociedade”.
A Embaixadora, em declarações à Tatoli, apresentou um trio de ideais como inevitáveis para a concretização total dos ideias de Abril. O primeiro, liberdade, como sendo “uma realidade onde todas as pessoas podem ter liberdade de expressão, liberdade de opinião e liberdade de direitos políticos”. O segundo, igualdade, isto é, um ambiente onde haja “oportunidades para todos os seus cidadãos e que todos tenham acesso à saúde, à educação, à habitação” e finalmente, solidariedade, “porque não há uma sociedade que não deva olhar pelos mais vulneráveis, pelos mais desprotegidos”. Em suma, “o 25 de abril não pode ser completo sem uma destas três realidades”.
Mais numa vertente histórica, Mari Alkatiri, na sua apresentação sobre a Dinâmica da Situação Política Pós-25 de abril de 1974, afirmou que a luta pela independência plena de Timor-Leste foi iniciada pela ASDT-FRETILIN [Associação Social-Democrata Timorense – Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente], que, a determinada altura, apesar de envolvidos numa “luta única” se dividiram em três componentes: frente armada, clandestina e diplomática.
O atual Secretário-Geral da FRETILIN especificou que a frente armada desempenhou um papel importante na luta pela independência do país, após a queda da base de apoio em 1979. “Quando iniciamos esta luta, a frente armada era determinante, porque se aquela não resistisse, não havia condições para a clandestina desempenhar as suas funções e a frente diplomática também não teria influência”, advertiu.
Por sua vez, o Diretor Executivo do CNC, Hugo Fernandes, afirmou que a realização do seminário em apreço contribui para que os jovens timorenses conheçam e aprendam com a história da autodeterminação de Timor-Leste, circunstância que atualmente para ele não é uma realidade. Para Hugo Fernandes, então, “as novas gerações precisam de saber que a independência do país não aconteceu apenas a nível interno. Outros aspetos influenciaram a história da nossa luta, neste caso, a Revolução dos Cravos em Portugal”.
Hugo Fernandes adiantou ainda que, a partir de 1974, o Governo de Portugal criou um ambiente político que permitiu às ex-colónias portuguesas criarem partidos políticos orientados para a autodeterminação de cada nação.
Em Timor-Leste, formaram-se três organizações partidárias: a UDT [União Democrática Timorense] que defendia a integração de Timor na comunidade lusófona; a ASDT [Associação Social-Democrata Timorense], que mais tarde se transformou em FRETILIN [Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente], que defendia o direito à independência; e a APODETI [Associação Popular Democrática Timorense] que propunha a integração com autonomia na comunidade indonésia.

Notícia relevante: Governo congratula povo português pelo 50.º aniversário da Revolução dos Cravos

Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Isaura Lemos de Deus

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