DÍLI, 13 de dezembro de 2023 (TATOLI) – Em Timor-Leste, entre todas as consequências de hábitos de nutrição inadequados, o nanismo infantil é uma das que tem índices de prevalência mais elevados. Com base nos dados do Inquérito Demográfico e de Saúde de 2016 e do Inquérito Alimentar e Nutricional de Timor-Leste de 2020, lançado pelo Ministério da Saúde, mostra-se que 47,1% das crianças com menos de cinco anos sofrem de atraso no crescimento em paralelo com mais de 40% de anemia e cerca de 9% evidenciam raquitismo, isto é, possuem um peso diminuto em comparação com os percentis tidos como normais para crianças da respetiva faixa etária.
Perante este cenário, o representante da Unidade de Missão de Combate ao Nanismo (UMCN), Filipe da Costa, é da opinião de que o atual Executivo deve intensificar o investimento para combater a desnutrição, especialmente o nanismo infantil. Paralelamente, o investimento nos programas e atividades existentes, a confiança em profissionais experientes e a constatação de que o combate à subnutrição deve ser consensual entre os partidos contribuirão para que o país alcance os objetivos definidos pelo governo timorense.
O dirigente sublinhou que, no futuro, sendo possível, o investimento deve ser reforçado e cooperação entre o Governo e os parceiros de desenvolvimento para combater a subnutrição deve ser fortalecida. “Considero que o orçamento alocado ao combate à subnutrição deve ser duplicado com o objetivo de ajudar Timor-Leste a atingir os seus compromissos até 2030”, disse.
Felipe da Costa recomendou ainda a continuação das “prioridades de intervenção existentes, melhorando a qualidade do sistema de saúde, bem como o reforço dos recursos humanos e do sistema de segurança alimentar, com o objetivo de reduzir o problema da insegurança alimentar enfrentado por grande parte das famílias timorenses”.
Relativamente ao reforço da cooperação entre as instituições governamentais e os parceiros de desenvolvimento, Filipe da Costa salientou que esta colaboração deve estar em harmonia com as intervenções existentes, de modo que a contribuição de cada organização se concentre na prossecução da meta nacional de consolidar a segurança alimentar e nutricional.
Ainda assim, o responsável sublinhou que, em termos de nutrição, as ações levadas a cabo pelas linhas ministeriais na última década registaram progressos significativos uma vez que Timor-Leste conseguiu reduzir a taxa de nanismo em 11% e ainda uma diminuição de 10,4% na de raquitismo, isto é, no número de crianças que têm um peso manifestamente inferior aos padrões mínimos.
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Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Isaura Lemos de Deus