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INTERNACIONAL, DÍLI

Estudo revela que comunidades fronteiriças são mais vulneráveis a riscos sanitários

Estudo revela que comunidades fronteiriças são mais vulneráveis a riscos sanitários

Foto da Tatoli/ Afonso do Rosário

DÍLI, 06 de dezembro de 2023 (TATOLI) – As comunidades dos municípios de Bobonaro, Covalima e Oé-Cusse manifestaram maiores vulnerabilidades a riscos nos domínios da educação, saúde, segurança pessoal, ambiental, económica, alimentar, comunitária e política durante a pandemia da covid-19. Esta é uma das principais conclusões de um estudo levado a cabo pelo Instituto de Estudos para a Paz, Conflitos e Sociais da Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL).

O Reitor da UNTL, João Martins, à margem da cerimónia da apresentação do relatório, afirmou que esta investigação contou com a colaboração de parceiros da Organização Mundial das Migrações e da UNICEF para avaliar a vulnerabilidade e a resiliência das comunidades das zonas fronteiriças face às circunstâncias adversas que caracterizaram o período da covid-19.

A maior vulnerabilidade das zonas fronteiriças durante a pandemia justifica-se por terem estado mais expostas ao vírus SARS-COVID via mobilidade de pessoas e bens interfronteiras, por o terem contraído em maior número e com uma maior morbilidade e por estarem mais distantes dos centros populacionais onde os cuidados para a doença se prestavam com melhor acessibilidade.

O dirigente adiantou que é importante conhecer as vulnerabilidades, as necessidades e as lacunas específicas experimentadas pelas comunidades das zonas fronteiriças que ameaçam a sua segurança, com o objetivo de apoiar e facilitar que o Governo se prepare e previna futuras ameaças sanitárias às populações.

“A intenção de realizar o estudo é constituir uma referência para o Executivo, para os parceiros de desenvolvimento, para as ONG e para a comunidade trabalharem em conjunto na procura de soluções para os problemas que enfrentam ou poderão vir a enfrentar, naquilo que se considera poder ser a preparação de estados de prevenção para aquelas comunidades”, informou o reitor, no Farol, Díli.

Por sua vez, Bernardo Leto, investigador e docente da Faculdade de Ciências Sociais, afirmou que a abordagem da segurança das pessoas é uma metodologia geral que fornece uma perspetiva mais clara sobre os problemas enfrentados pelos cidadãos, bem como informa a Faculdade de Ciências Sociais sobre se as soluções do Governo para problemas como a segurança comunitária, a economia, o ambiente, a alimentação, a saúde, as questões sociais e a política são adequadas.

O docente explicou que esta avaliação foi realizada entre julho e agosto deste ano, utilizando métodos de investigação qualitativa, como entrevistas a informadores-chave numa amostra de 300 participantes de 21 sucos localizados nos três municípios, bem com a realização de discussões em grupo.

“Os resultados de investigação mostram que as comunidades fronteiriças foram vulneráveis a ameaças específicas à sua segurança, incluindo as mulheres, incluindo mulheres jovens, devido à normalização da violência doméstica, da violência de género e à falta de acesso à educação e à saúde”, especificou Bernardo Leto.

O docente apelou ao Governo para que executasse os programas de acordo com o Plano Estratégico de Desenvolvimento 2011-2030, que adaptasse uma abordagem justa e eficaz dos problemas enfrentados pelas comunidades nas zonas fronteiriças. Instou ainda que se defendessem os direitos das mulheres e das raparigas e se reforçasse a cooperação entre as comunidades em apreço, o Governo e os parceiros de desenvolvimento para prestar serviços essenciais à população.

Jornalista: Afonso do Rosário

Editora: Isaura Lemos de Deus

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