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Apoiar Timor-Leste na luta contra a insegurança alimentar e fome é compromisso da FAO

Apoiar Timor-Leste na luta contra a insegurança alimentar e fome é compromisso da FAO

Representante Adjunta da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, em inglês) em Timor-Leste, Paula Lopes da Cruz. Foto da Tatoli

DÍLI, 10 de novembro de 2023 (TATOLI) – A situação de insegurança alimentar e fome, concretamente a subnutrição, continuam a preocupar as autoridades relevantes. Sugestões, medidas a tomar, estatísticas nacionais e internacionais, grupos e diferentes instituições têm despontado no debate civil e governamental timorense. A situação é tida como altamente preocupante. Algumas das preocupações centram-se não no diagnóstico da situação em si, mas em garantir apoios internacionais a longo prazo ou a continuação dos já em andamento.

Neste contexto, a Representante Adjunta da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, em inglês) em Timor-Leste, Paula Lopes da Cruz, afirmou que a organização continuará a apoiar os esforços na mitigação do problema da insegurança alimentar, sobretudo em camadas jovens e crianças, nos mesmos moldes que tem vindo a apoiar. A representante da FAO recordou que a sua organização tem ajudado o país no combate à insegurança alimentar e à fome, criando oportunidades de emprego para os jovens, aumentando a produção de alimentos nutritivos e promovendo a gestão sustentável dos recursos naturais.

“Os programas da FAO estão alinhados com a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional de Timor-Leste. Aconselhamos os agricultores nas áreas rurais que modernizassem o método tradicional e prevenissem o incêndio florestal para não provocar as mudanças climáticas”, referiu a dirigente, no City 8, em Díli.

Segundo Paula Lopes da Cruz, a FAO tem em andamento três programas em 30 aldeias de dez municípios e revelou que tal apoio será alargado a mais de 46 aldeias do país. Acrescentou que a organização empregou 30 funcionários para trabalhar em dez municípios com vista a ajudar as comunidades na melhoria das práticas agrícolas e dos meios de subsistência para que se possa aumentar a produção local, dando como exemplo os agricultores terem conseguido produzir cerca de seis toneladas de arroz por hectare, naquilo que, no ver de Paula Lopes da Cruz, representa “um aumento significativo na produção de milho e arroz em Viqueque e Natarbora do município de Manatuto”.

Vale a pena lembrar que, na última atualização do Índice Global da Fome (IGF) para 2023, a situação de fome em Timor-Leste continuava a ser grave. O país estava colocado na 112.ª posição de um ranking de 125 nações, com uma pontuação de 29,9, um nível considerado ‘sério’ de fome. É de registar, porém, que se registou um decréscimo dos valores tidos como preocupantes, sobretudo a partir de 2008, isto é, uma ligeira melhoria.

Para aquele posicionamento no IGF, muito contribuiu o deficiente regime alimentar de crianças timorenses e subsequentes altos níveis de subnutrição. É de recordar que, segundo os dados da Pesquisa de Alimentação e Nutrição de 2020, até aos cinco anos (idade considerada pelas estatísticas internacionais), cerca de 47% das crianças sofriam de nanismo e 8,8% de raquitismo, isto é, apresentavam um peso inferior ao considerado adequado por padrões de saúde internacionais, numa situação que, não configurando exatamente fome total, é, pelo menos, uma alarmante fome de nutrientes.

Notícia relevante: Ligeira melhoria não impede que ‘Índice Global da Fome’ classifique Timor-Leste como situação “séria”

Jornalista: Afonso do Rosário

Editora: Isaura Lemos de Deus

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