DÍLI, 18 de setembro de 2023 (TATOLI) – Para desenvolver o campo petrolífero Greater Sunrise, os governos da Austrália e de Timor-Leste reunir-se-ão em junho do próximo ano. A declaração foi feita pelo representante especial da Austrália para o projeto, Steve Bracks, à margem de uma reunião com o Primeiro-Ministro, Xanana Gusmão, no Palácio do Governo.
Steve Bracks declarou que o governo australiano está empenhado em garantir que o projeto funcione eficazmente e que tenha bons resultados no futuro. Para tal, as próximas discussões estão agendadas para meados de 2024. “Reuni-me com o Primeiro-Ministro para discutir a continuação das negociações relativas ao campo petrolífero Greater Sunrise. Reconhecemos a importância deste projeto para Timor-Leste, já que é fundamental para o futuro do país e dos timorenses”, afirmou o representante australiano, em Díli.
Segundo a mesma fonte, a Austrália compreende que a aceleração do desenvolvimento do Greater Sunrise seja uma das prioridades do governo timorense, mas sublinhou que é necessário realizar um “estudo de viabilidade económica” do qual se possa deduzir que resultem benefícios mútuos inequívocos. “As negociações vão concretizar-se se os dois países concordarem, mas as empresas da Joint Venture vão apresentar propostas, realizar discussões e análises económicas e técnicas para se tomar uma decisão”, afirmou Steve Bracks.
Se há necessidade de um “estudo de viabilidade económica”, vale a pena recordar, a este propósito, que Meg O’Neill, diretora-executiva da empresa petrolífera Woodside, já havia assumido que estudos preliminares de viabilidade técnica levados a cabo tinham indicado que, do ponto de vista técnico era viável o itinerário do gasoduto para Timor-Leste.
Recorde-se que o Governo de Timor-Leste, através da Timor Gás e Petróleo, Empresa Pública (Timor GAP), participa no consórcio Greater Sunrise e representa 56,56%, a Woodside (operadora) 33,44% e a Osaka Gás 10%.
Fonte: SICN
De acordo com o Tratado das Fronteiras Marítimas, nomeadamente o artigo n.º 2 que regula a distribuição da percentagem do Greater Sunrise, está definido que se o gasoduto for para a Austrália, Timor-Leste recebe 80% e a Austrália 20%, se for para Timor-Leste, este país recebe 70% e a Austrália 30%.
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Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Isaura Lemos de Deus
