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Presidência da ASEAN assume atitude mais conciliadora face a Myanmar do que organizações civis

Presidência da ASEAN assume atitude mais conciliadora face a Myanmar do que organizações civis

Foto do GPM

DÍLI, 06 de setembro de 2023 (TATOLI) – A Presidência da ASEAN, pela voz do Presidente indonésio, Joko Widodo, incentivou os líderes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) a dialogarem sobre como resolver a situação política em Myanmar, país membro da organização, que vive uma crise humanitária desde que a junta militar tomou o poder em 2021. A declaração foi proferida na 43.ª Cimeira da organização e contrasta com posicionamentos explicitamente mais condenadores de países membros ou de organizações civis da própria ASEAN face à situação de Myanmar.

Por exemplo, a posição de Joko Widodo é mais conciliadora do que a da organização interna adstrita à ASEAN, a Conferência da Sociedade Civil da ASEAN/Fórum dos Povos da ASEAN (ACSC/ APF), que, no seio da mesma Cimeira, declarou o regime militar de Myanmar como sendo “terrorista” e incentivou a própria ASEAN a cortar os laços com Myanmar enquanto a junta militar detiver os destinos do país.

“Hoje, designamos o exército de Myanmar como uma organização terrorista que ameaça a segurança e a estabilidade da região, porque está a cometer genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade”, afirmou a ACSC/APF num comunicado emitido a toda a comunicação social presente na cimeira, no domingo.

Vale a pena mencionar que, na véspera da cimeira, representantes da sociedade civil da ASEAN do Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Timor-Leste e Vietname afirmaram estar solidários com o povo de Myanmar que resiste à opressão da junta militar.

Para o Chefe de Estado indonésio, por sua vez, o conflito em Myanmar pode ser resolvido se houver vontade política de todos os membros da comunidade, sobretudo de Myanmar, sublinhando que o Consenso dos Cinco Pontos, acordado pelos líderes da ASEAN em Jacarta, em 24 de abril de 2021, continuará a ser a principal orientação para ajudar a resolver o conflito de Myanmar.

“Em benefício da família ASEAN, devemos ter a coragem de avaliar e debater o Consenso dos Cinco Pontos. Temos de procurar soluções pacíficas e extraordinárias para pôr em prática este consenso”, afirmou Joko Widodo à margem da abertura da Conferência de Alto Nível da organização, em Jacarta, na Indonésia.

Aquele consenso pedia o fim imediato da violência e o diálogo entre as partes em conflito, com mediação de um enviado da ASEAN, mas a junta militar rejeitou tomar qualquer medida para cumprir o acordo. Perante o incumprimento, Myanmar não mais participou em encontros da organização.

É de lembrar que, no seu discurso de abertura da cimeira, Joko Widodo tinha referido que referido que é frequentemente inquirido sobre a unidade no seio da ASEAN, tendo, na altura, garantido que a unidade entre os Estados-membros permanece, o que, em última instância, não significa que não existam diferentes opiniões.

“A divergência de opinião contribui para a democracia e para a igualdade na região. E a igualdade tornou-se uma coisa rara no mundo. Há muitas injustiças, ocorrem conflitos devido à falta de igualdade, mas na ASEAN é diferente. A igualdade é precisamente o principal valor que respeitamos e defendemos em conjunto, no âmbito da unidade e da convivência, para que o grande navio da ASEAN possa continuar a navegar”, opinou o presidente em exercício da ASEAN.

Notícia relevante: PM: expulsão de diplomata timorense de Myanmar não impede adesão à ASEAN

Jornalista: Afonso do Rosário

Editora: Isaura Lemos de Deus

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