DÍLI, 21 de agosto de 2023 (TATOLI) – Agricultura, pescas, construção civil e indústria são as áreas às quais 11 empresas internacionais pretendem investir em Timor-Leste. A estas juntam-se 9 nacionais num investimento cujo capital ronda os 1,2 mil milhões de dólares americanos. Esta informação é originária da TradeInvest, Agência de Promoção e Exportação estatal.
Segundo o Diretor de Investimento e Promoção, Ezequiel da Costa Babo, desde 2019, a agência recebeu 55 propostas de investimento, mas, até ao momento, só foi possível aprovar 20, das quais 19 já receberam a Declaração de Benefícios e uma o Certificado de Investidor. As restantes estão em processo de análise.
Questionado sobre o que representa efetivamente a Declaração de Benefícios e o Certificado de Investidor, o diretor explicou que aqueles documentos explanam os benefícios e incentivos a conceder pelo Estado, acrescentando que o conjunto dos articulados, todavia, também define as obrigações dos seus titulares, as condições da sua revogação, as datas de início, implementação e conclusão do projeto de investimento ou reinvestimento, entre outras formalidades.
Segundo Ezequiel da Costa Babo, qualquer empresa que queira investir no país deve, entre outros, estar registada no Serviço de Registo e Verificação Empresarial (SERVE), ter um local definido para o investimento e ter disponível um determinado capital, mediante o investimento que pretende.
Relativamente ao corrente ano, Ezequiel Babo informou que a agência recebeu nove propostas de investimento, cinco estrangeiras e quatro nacionais. No tocante às empresas internacionais, o dirigente destacou o investimento de 12 milhões de dólares americanos da sul-africana YieldPlay Energy em energias renováveis em Oé-Cusse e o de dois milhões da FarmPro, da Austrália, no setor agrícola, mais especificamente na produção de café, no município de Ermera.
Já a empresa singapurense Global Oil Storage vai investir cerca de 16 milhões de dólares para estabelecer um posto de abastecimento de combustíveis no município de Liquiçá. A Discovery Business Industrial Zone, da Austrália, e a empresa Qulina, da Malásia, pretendem investir no processamento de bebidas não alcoólicas em Díli e Liquiçá, com um capital de investimento de 15 milhões de dólares cada.
Relativamente aos investidores nacionais, Ezequiel Babo referiu que: a SK Medical Center pretende investir numa policlínica, com um montante de 12,7 milhões de dólares; a Patricia Fresh Lounge na indústria alimentar e de bebidas, em Díli, com um montante de 160 mil dólares; a Milrex Rego pretende investir na indústria de processamento de refrigerantes em Díli, com um valor de 150 mil dólares; e a Gota Bebidas e Alimentos vai investir sete milhões no processamento de água potável.
Dos investidores estrangeiros, potencialmente quase todos irão explorar recursos locais (energia, café) ou, podendo ser estrangeiros ou locais (combustível e bebidas alcoólicas), processados localmente. No que toca aos nacionais apenas uma parece explorar recursos físicos nacionais (água). Apenas um investidor se aloca ao setor terciário (medicina) em exclusividade, mas todos, nacionais ou internacionais são potencialmente geradores de emprego e, na maior parte dos casos, suscetíveis de diminuir as importações (água, bebidas alcoólicas e refrigerantes). São, também, investimentos geradores de riqueza e de receitas fiscais.
A TradeInvest é uma agência estatal que fornece serviços a empresas nacionais e estrangeiras. No tocante a estas últimas, a agência, entre outros, estabelece contactos com empresas que prestam serviços empresariais profissionais, tais como serviços jurídicos, contabilísticos ou de consultoria, encontra terrenos estatais ou privados apropriados para projetos de investimento e facilita a comunicação com a Direção de Terras e Propriedades, bem como apoia os processos de registo da empresa e de tratamento de pedidos de benefícios.
Notícia relevante: TradeInvest atribui benefícios empresariais à Aero Díli
Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Isaura Lemos de Deus