DÍLI, 08 de agosto de 2023 (TATOLI) – O Programa Alimentar Mundial (PAM) e o Gabinete da Presidência da República assinaram hoje um memorando de entendimento para os próximos dois anos com vista à divulgação da importância de uma alimentação adequada e nutritiva em crianças e mulheres. A iniciativa assume particular importância dado que indicadores apontam debilidades estruturais na dieta alimentar de crianças, especialmente na das mais novas, e em mulheres, sobretudo aquelas que estão em idade fértil ou grávidas.
Segundo a representante do PAM em Timor-Leste, Alba Olivarez, o memorando de entendimento hoje assinado permitirá que ambos os outorgantes cooperem de modo a sensibilizar a população para a importância da nutrição e da segurança alimentar.
“É importante reforçar o compromisso entre o PAM e o Governo timorense na abordagem da insegurança alimentar e nutricional no país”, afirmou a responsável, no Palácio Presidencial, em Díli.
Alba Olivarez acrescentou que o memorando vai “abrir as portas” para uma melhoria na dieta e permitir que o Executivo timorense realize campanhas de sensibilização. “Precisamos de capacitar os recursos humanos para garantir a redução do nanismo, da insegurança alimentar, da vulnerabilidade e da pobreza”, sublinhou.
Também a Chefe da Casa Civil da Presidência da República, Jesuína Gomes, afirmou que esta colaboração demonstra o empenho das duas instituições em apoiar a visão do Presidente da República, José Ramos Horta, e do Governo.
“Através deste compromisso, faremos todos os esforços para melhorar o mecanismo de coordenação entre nós, de modo a reduzir a percentagem relativa ao nanismo infantil, de 47% para 22% em 2030, tal como previsto no Plano Estratégico Nacional 2011-2013”, frisou.
Recorde-se que, segundo dados sobre alimentação e nutrição recolhidos entre 2013 e 2020, houve uma ligeira descida na percentagem relativa ao nanismo infantil, de 50% para 47%. O mesmo se verificou com a taxa de debilidade infantil que se fixava nos 11% em 2013 e, em 2020, nos 9%.
Dados de 2013 indicam que o país registava 27% de grávidas com baixo índice de massa corporal e, em 2020, reduziu aquele valor para 2%. Outros dados, da Pesquisa de Saúde e Demografia de Timor-Leste, indicavam que 6% das crianças são obesas e que 45% daquelas com menos de cinco anos sofrem de nanismo e 24% de raquitismo. Outros dados mostram ainda que cerca de 40% das crianças sofrem de anemia e só 50% consomem leite materno em exclusividade. Finalmente, apenas 13% das crianças e jovens seguem uma dieta recomendada.
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Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Isaura Lemos de Deus