DÍLI, 14 de junho de 2023 (TATOLI) – O Gabinete do Alto-Comissário para os Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) em Timor-Leste, em parceria com a Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL), realizou um seminário subordinado ao combate de todas as formas de discriminação contra pessoas LGBTQI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans, Intersexo, Queer).
A Oficial dos Direitos Humanos da ONU em Timor-Leste, Amélia de Araújo, informou que o seminário visa, por um lado, partilhar informação sobre o combate ao estigma e à discriminação contra as pessoas LGBTQI, e por outro sensibilizar os estudantes da UNTL sobre a proteção dos direitos humanos e sobre como evitar todas as formas de discriminação no ambiente escolar.
Especificamente, disse a dirigente à Tatoli, em Balide, Díli, “o seminário destina-se a partilhar os resultados do nosso inquérito sobre a discriminação e o acesso à educação das pessoas LGBTQI no ensino formal”, informou
Amélia de Araújo referiu que, de acordo com os resultados do inquérito, “existem várias formas de discriminação, estigma, maus-tratos, insultos e violência contra os estudantes LGBTQI dentro da escola”, o que, avança a dirigente, em muitos casos, conduz ao abandono escolar.
“Queremos que cada universidade nomeie um representante dos estudantes para que se torne um ponto focal e receba as queixas dos estudantes LGBTQI. A universidade tem a responsabilidade de os proteger”, disse a responsável, esperançada de que os estudantes possam ganhar consciência para evitar a discriminação e o estigma contra a comunidade LGBTQI em Timor-Leste.
A este propósito, o Vice-Decano para os Assuntos dos Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais da UNTL, Mateus Tilman, afirmou que é necessário que todos respeitem e apoiem os a comunidade LGBTQI: “Temos de proteger todas as pessoas, incluindo as da comunidade LGBTQI. Eles têm os mesmos direitos”, garantiu.
De acordo com uma investigação conduzida, em 2022, pelo Gabinete do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, num universo de 99 estudantes e 14 professores de Díli, Liquiçá e Bobonaro, cerca de 35% dos estudantes do ensino secundário e 14% do ensino superior acreditavam que as suas escolas tinham uma política contra o bullying, assédio ou agressão e 13% dos universitários relataram que as suas escolas tinham uma política inclusiva que abordava especificamente a orientação sexual e a identidade ou expressão de género.
Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Isaura Lemos de Deus