DÍLI, 21 de junho de 2023 (TATOLI) – A Autoridade Nacional de Comunicações (ANC), do Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC), organizou hoje a XII Reunião de Intercâmbio das Autoridades de Comunicação dos Países de Língua Portuguesa (RIA), subordinada ao tema Cabos Submarinos: Regular a Conectividade.
O Presidente da República, José Ramos Horta, na sua intervenção, referiu que um bom sistema de telecomunicações, além de ser uma das exigências explanadas no Roteiro para a adesão de Timor-Leste à Associação dos Países do Sudeste Asiático (ASEAN).
“É um desafio para o desenvolvimento da tecnologia digital de informação e comunicação em Timor-Leste, com maior impacto no desenvolvimento do capital humano e económico, como a prestação de serviços governamentais – Governo eletrónico/digital, economia inclusiva, saúde, educação e agricultura”, referiu o Chefe de Estado, no Timor Plaza, em Díli.
O Ministro dos Transportes e Comunicações, José Agostinho da Silva, informou que o evento serviu para “trocar experiências entre os Estados-membros da CPLP sobre os desafios e progressos no desenvolvimento das infraestruturas das comunicações”.
O governante reconhece que, apesar de existirem três operadores de telecomunicações no país, a Timor Telecom, a Telkomcel e a Telemor, a qualidade da internet “é preocupante”. Neste contexto, José Agostinho da Silva, sublinhou que “é necessário investir no desenvolvimento das infraestruturas digitais no país”.
“Planeamos aumentar a velocidade da internet de 200 megabytes para um gigabyte. Esta é uma solução transitória enquanto se espera o investimento em fibra ótica. Se for implementado em Timor-Leste, vamos aumentar a capacidade de internet para 1 terabyte”, frisou.
Questionado sobre o investimento do cabo fibra ótica no país, José Agostinho da Silva, respondeu que a implementação do projeto estará concluída no próximo ano.
O Presidente da ANC, João Olívio Freitas, por sua vez, considerou que no encontro se tratou o cerne do mundo interligado – a regulação dos cabos submarinos internacionais.
O dirigente sublinhou que, enquanto regulador, cabe ao Governo desenvolver um ambiente que garante o funcionamento eficiente e fiável desta artéria vital de comunicação através da regulação dos cabos submarinos internacionais que apresentam vários desafios e oportunidades e que exigem atenção e colaboração. “Temos de encontrar um equilíbrio entre a promoção da concorrência, a manutenção da cibersegurança e a promoção da inovação, garantindo ao mesmo tempo, um fluxo de dados sem problemas e um acesso equitativo para todos”, frisou.
João Olívio Freitas acrescentou ainda que, na constante evolução das telecomunicações, “é imperativo que nos mantenhamos proativos, adaptáveis e com visão de futuro”.
“A RIA oferece-nos uma plataforma única para trocar ideias, partilhar experiências e traçar coletivamente um rumo para um quadro regulamentar harmonizado e eficaz para os cabos submarinos internacionais”, concluiu.
A RIA é um evento técnico que decorre anualmente e tem como principal objetivo a troca de experiências entre as Autoridades Reguladoras das Comunicações dos Estados-Membros da CPLP.
Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Isaura Lemos de Deus