DÍLI, 02 de junho de 2023 (TATOLI) – O Governo, através do Ministério da Agricultura e Pescas (MAP) e do Ministério da Saúde, aconselhou os cidadãos timorenses a não entrarem em pânico com os casos de raiva registados em Kupang, na Indonésia. A cidade faz fronteira com o território de Timor-Leste.
O Diretor-geral de Pecuária e Veterinária do MAP, Domingos Gusmão, disse que Timor-Leste já tem um plano nacional de contingência para combater a doença, preparado desde 2017 com a ajuda do Governo australiano.
“O país continua livre da doença, estamos prontos para prestar cuidados se alguém for infetado com este vírus. O público não deve entrar em pânico com as informações espalhadas nas redes sociais porque já temos preparativos”, explicou Domingos Gusmão, no âmbito de uma conferência de imprensa, esta sexta-feira, no salão do MAP, em Comoro.
A raiva afeta o sistema nervoso e central, sendo transmitida para o ser humano por meio da saliva de animais infetados com o vírus. Se um animal, por exemplo um cão, estiver infetado com raiva e morder um indivíduo, a pessoa pode ficar infetada. Nos seres humanos, os sintomas iniciais envolvem febre, dor de cabeça, fadiga, perda de apetite, mal-estar geral e náuseas. Os estágios mais avançados, contudo, incluem irritabilidade e ansiedade, sensibilidade extrema à luz, dificuldade para engolir alimentos, alucinações e convulsões.
Já nos animais, salivação excessiva, agressividade incomum, alterações vocais e também sensibilidade à luz são alguns dos sintomas.
A Diretora Nacional de Veterinária do MAP, Joanita Jong, explicou ainda que o gabinete do MAP vai brevemente trabalhar com as entidades relevantes para consciencializar os cidadãos nas zonas fronteiriças sobre a doença. Também foi recomendado para que as autoridades de segurança naquelas áreas reforcem a vigilância.
“Estamos atentos às pessoas que atravessam a fronteira ilegalmente, porque se trouxerem cães, mesmo que não tenham sinais de raiva, podem estar infetados, dado que o período de incubação [da raiva] é bastante longo”. Joanita Jong especificou que referido período, nos animais, varia entre 3 a 8 semanas, e, nos seres humanos, entre 2 a 8 semanas.
“Se o cérebro for infetado, as hipóteses de sobrevivência são muito baixas. Após o período de incubação, não há medicamentos que possam combater o vírus”, explicou.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde Animal, até à data, 150 países em África e na Ásia possuem registos da doença.
Equipa da TATOLI