DÍLI, 02 de fevereiro de 2023 (TATOLI) – O Presidente da República, José Ramos Horta, assinalou a importância de as FALINTIL-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) investirem na qualidade dos seus recursos humanos.
As declarações surgiram na sequência da cerimónia do 22.º aniversário da conversão das FALINTIL em F-FDTL, no Quartel-General, em Fatuhada, Díli.
“O Orçamento Geral do Estado de 2023 destinado às F-FDTL deve ser canalizado para a formação especializada dos recursos humanos já existentes, para a manutenção e otimização dos recursos físicos, incluindo infraestruturas, disponíveis, evitando a sua degradação e consequente desperdício”, enfatizou.
“É indiscutivelmente preferível termos um exército de mil homens e mulheres motivados pela missão de servir, altamente treinados, bem remunerados, muito bem equipados, com elevada mobilidade e flexibilidade, beneficiando de incentivos irrecusáveis, do que termos cinco mil ou dez mil elementos mal pagos, mal treinados, mal equipados, sem orgulho e desmotivados”, observou.
Ramos Horta apelou às Forças de Defesa e Segurança, bem como a outras instituições do Estado, para que tenham uma “cultura de preservação dos bens públicos”.
“A verdade é que os bens públicos não são cuidados por quem os usa. Verificamos o uso abusivo de viaturas e combustível do Estado. O combustível é desperdiçado. Os edifícios, as viaturas, as casernas e os equipamentos do Estado não beneficiam de cuidados de manutenção regular”, criticou.
O laureado nobel da paz destacou a importância de se reforçar a cooperação técnico-militar com países amigos como a Austrália, a Nova Zelândia, a Indonésia, a Malásia, Singapura, Coreia do Sul, Japão, Portugal e Estados Unidos da América.
Ramos Horta destacou a necessidade de se assegurar também a soberania agrícola, a autossuficiência dos bens de primeira necessidade, a segurança alimentar e a educação. “Temos de elevar a agricultura ao patamar da Defesa e Segurança. Temos de elevar os recursos hídricos, água potável. Temos de elevar a educação”.
O Comandante Supremo das F-FDTL referiu que “sem total independência agrícola, sem assegurarmos água para a agricultura e água potável para consumo humano, comprometemos a nossa própria Defesa e Segurança Nacionais”.
O Chefe de Estado apelou também aos militares para cumprirem a missão constitucional de defender o país em caso de “agressão externa, assegurando a independência e integridade territorial nacionais, assim como a liberdade e segurança das populações”.
Ramos Horta salientou que o povo exige a responsabilidade dos líderes das instituições militares pelo desempenho das altas funções que lhe foram atribuídas.
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Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Isaura Lemos de Deus