DÍLI, 30 de novembro de 2022 (TATOLI) – A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde defendem a importância do planeamento familiar para reduzir a taxa de mortalidade materno-infantil em Timor-Leste.
As declarações surgiram na sequência da reunião regional da OMS sobre políticas de planeamento familiar em Timor-Leste e cuidados de aborto seguro, no salão de Mahoka, em Hudi-Laran, Díli.
No encontro em causa, o Presidente da República, José Ramos Horta, destacou a necessidade das famílias participarem no planeamento familiar para a redução das taxas de mortalidade materna e infantil.
Para Ramos Horta, o planeamento familiar é importante para prevenir o cancro do colo do útero, porque esta doença é grave, salientando que muitas mulheres sofrem desta patologia, mas já existe uma vacina preventiva.
Também o Representante da OMS em Timor-Leste, Arvind Mathur, realçou que a reunião pretende reunir peritos de todos os países membros para deliberar e rever os cuidados de planeamento familiar nos seus países, criar um plano que contemple as necessidades e enfrentar os desafios no futuro para reduzir a taxa de mortalidade infantil.
A OMS tem , entre outros, o compromisso de se focar na política do planeamento familiar em Timor-Leste para prestar serviços sobre planeamento familiar, nomeadamente na utilização de diferentes métodos contracetivos para as famílias de modo a prevenir as gravidezes não intencionais e harmonizar as famílias na relação entre as possibilidades económicas e o número e filhos.
De acordo com as recomendações da OMS, o melhor intervalo de tempo para ter filhos é de três anos para que os pais se foquem no crescimento das crianças durante mil dias.
Segundo o responsável, os países de rendimentos baixo e médio são responsáveis por cerca de 94% de todas as mortes maternas.
“Temos de acelerar os esforços para reduzir esta mortalidade e, por isso, esta reunião técnica regional reúne especialistas na área do planeamento familiar, sob uma plataforma para partilhar as suas melhores práticas, planear com antecedência para reforçar os serviços, e, no processo, reduzir a mortalidade materna na região”, acrescentou.
Arvind Mathur destacou ainda a importância de facultar uma formação aos profissionais de saúde para a melhoria dos seus conhecimentos sobre a prestação de cuidados de saúde, principalmente os atendimentos no planeamento familiar.
A este propósito, a Ministra da Saúde, Odete Belo, recordou que, de acordo com uma pesquisa demográfica e de saúde realizada em 2016, cada agregado familiar começou a ter conhecimentos sobre o planeamento familiar, dando como exemplo, antes uma família tinha sete filhos, mas atualmente reduz para quatro, o que significa que se registou um progresso positivo.
Em Timor-Leste não existe nenhuma legislação para proibir as pessoas de ter filhos, mas as famílias devem saber da importância do planeamento familiar para assegurar condições mínimas na educação, na alimentação e na saúde de todos os filhos.
“Quando as mães têm muitos filhos, poderão prejudicar a sua saúde. As mulheres precisam de descansar e dar um intervalo para terem filhos de modo a assegurar a saúde. Se uma mulher conhecer o planeamento familiar, isto contribui para a redução das taxas mortalidade materna e infantil”, concluiu.
Estiveram presentes no encontro representantes dos países membros da região do Sudeste Asiático – Bangladesh, Butão, Índia, Maldivas, Nepal, Sri Lanka, Tailândia e Indonésia, ainda dirigentes do Ministério da Saúde e representantes dos parceiros de desenvolvimento.
Notícia relevante: OMS e Ministério da Saúde vão discutir planeamento familiar
Jornalista: Isaura Lemos de Deus
Editora: Maria Auxiliadora