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Timor-Leste precisa de diversificar alimentação para garantir segurança nutricional

Timor-Leste precisa de diversificar alimentação para garantir segurança nutricional

Investigador Agrícola da Organização Não-Governamental La’o Hamutuk, Mariano Ferreira. Imagem Tatoli/Francisco Sony .

DÍLI, 13 de outubro de 2022 (TATOLI) – O Investigador Agrícola da Organização Não-Governamental La’o Hamutuk, Mariano Ferreira, destacou a urgência da diversificação alimentar em Timor-Leste para reduzir as importações e garantir a segurança da nutrição no país.

“Neste momento, o Executivo foca-se apenas em investir na melhoria da produção de milho e de arroz. Em Timor-Leste, temos uma grande diversidade de produtos e, por isso, o Governo precisa de investir em outras áreas para uma maior diversificação alimentar”, informou Mariano Ferreira, a propósito do Dia Mundial da Alimentação, que se comemora no próximo dia 16.

Segundo o investigador, a maioria da população timorense consome arroz e o país importa anualmente cerca de 130 mil toneladas de arroz, produzindo apenas 70 mil toneladas.

Os resultados dos Censos Agrícolas de 2019 mostram que dos 509.226 hectares correspondentes à área total bruta de cultivo, apenas 18% são aproveitados para a cultura do milho e somente 7,6% para a produção de arroz.

Segundo o documento, além da produção agrícola reduzida de milho e arroz, os agricultores timorenses aproveitam somente 7,4% da área de cultivo para a mandioca e 6,3% para o café.

“A Rede Hasatil  e a Coligação de Agricultura de Timor-Leste recomendam ao Executivo que diversifique a produção de bens alimentares para que se reduza a dependência do arroz e do milho. Temos vários setores com potencial para produzir outros produtos e reduzir a importação de arroz”, alertou.

De acordo com Mariano Ferreira, o Governo e os parceiros de desenvolvimento internacionais celebram anualmente o Dia Mundial da Alimentação, mas ainda não resolveram os problemas da insegurança alimentar, da má nutrição e da pobreza.

“É preciso a intervenção de todos os ministérios relevantes. Celebramos anualmente o Dia Mundial da Alimentação, mas não há ações concretas para a melhoria das condições dos agricultores para que se eleve a produção e se melhore o rendimento do povo. Continuamos a depender da importação”, lamentou Mariano Ferreira.

O pesquisador recordou, a este propósito, que o Parlamento Nacional aprova anualmente milhares de dólares do Orçamento Geral do Estado, incluindo-se, naquele orçamento, os setores agrícolas para elevar a produção de alimentos.

De acordo com os Censos Agrícolas de 2019, cerca de 36% dos agricultores sofrem de insegurança alimentar crónica. Mariano Ferreira pede, por isso, ao Governo que crie um programa com base nos resultados dos Censos para resolver a situação.

A porta-voz da Rede Hasatil e da Coligação de Agricultura de Timor-Leste, Deviana Sarmento, apelou aos agricultores que produzissem uma maior diversidade de produtos para garantir a segurança alimentar no país.

“O Governo deve investir em infraestruturas básicas, sobretudo em estradas nas áreas rurais para a melhoria do crescimento económico local e para o aumento das fontes de rendimento dos agricultores”, frisou.

A celebração do Dia Mundial da Alimentação iniciou-se em 1981 e foi instituído pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

Jornalista: Isaura Lemos de Deus

Editora: Maria Auxiliadora

 

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