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Filha reencontra mãe após quatro anos de separação

Filha reencontra mãe após quatro anos de separação

Imagem Tatoli/António Daciparu.

DÍLI, 10 de outubro de 2022 (TATOLI) – Lutgardia Elconsenza Alves Jerónimo, criança de cinco anos, estava desde 2018 a viver com a avó na Indonésia, porque os pais declararam que não tinham capacidade de cuidar dela. Separada, entretanto, do marido, a mãe da menina, Nélia Maria José Alves, desejava a filha de volta, desejo que foi contrariado pela sua mãe, a avó da criança.

Agora, após a decisão do processo judicial favorável à mãe da menina, Lutgardia reuniu-se com a sua mãe num encontro emotivo.

A reunião familiar foi apoiada por diversas entidades. Entre estas estão a Embaixada da Indonésia em Timor-Leste, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MNEC), a organização não-governamental na área da justiça e do direito na Ásia (AJAR) e a Assistência Legal para Mulheres e Crianças (ALFeLa).

Filomena Pinheiro, avó da Lutgardia, explicou que cuidou da sua neta desde 2018 em Kupang, em Timor Ocidental, porque lhe foi entregue pelo seu filho, Júlio António Dude Jerónimo e pela sua nora, Nélia Maria José Alves. “Os pais de Lutgardia estavam em Timor-Leste, trabalhavam, mas não tinham condições para cuidar da menina”, afirmou a avó da criança.

“Entreguei a minha neta à mãe pois o pai dela já casou com outra mulher. Cuidei dela desde a infância”, informou Filomena Pinheiro, com emoção e tristeza, à margem da cerimónia de repatriação que decorreu hoje no MNEC, na Praia dos Coqueiros.

Nélia Maria José Alves (mãe) e Lutgardia Elconsenza Alves Jerónimo (filha). Imagem Tatoli/António Daciparu.

Nélia Maria José Alves, com lágrimas nos olhos, abraçou a sua filha e agradeceu a todos aqueles que tinham facilitado este processo.

“Como mãe, a minha felicidade não pode ser expressa em palavras. Obrigada aos governos de Timor-Leste e da Indonésia, bem como algumas organizações não-governamentais, por exemplo a AJAR e a ALFeLa, por finalizaram este processo após dois anos”, agradeceu.

Nélia Maria José Alves disse que ela e o seu ex-marido decidiram entregar a sua filha aos seus sogros em Kupang, em 2018, mas entre 2019 e 2020 houve um episódio de conflito familiar no qual foi vítima de violência doméstica e que motivou a decisão do tribunal em atribuir a custódia da criança a si.

“Em 2021, o Tribunal Distrital de Díli decidiu que eu tinha o direito legal de cuidar da nossa filha, por isso fiz cinco viagens a Kupang para a repatriar, mas não consegui, uma vez que a avó nunca o permitiu”, explicou.

O Embaixador da Indonésia em Timor-Leste, Okto Dorinus Manik,  agradeceu a todas as partes envolvidas neste processo, especialmente às ONG timorenses, à Embaixada da Indonésia, ao MNEC e às famílias.

“Espero que a entrega desta criança não crie mais conflitos. Esperamos que a relação amigável entre as duas famílias se mantenha e facilite as visitas da menina a Kupang para ver a sua avó”, afirmou o diplomata.

O Secretário-Geral do MNEC, Francisco Tilman Cepeda, disse por sua vez que o processo de repatriação foi realizado graças à boa relação entre Timor-Leste e Indonésia.

Jornalista: Afonso do Rosário

Editora: Maria Auxiliadora

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