DÍLI, 07 de julho de 2022 (TATOLI) – Cinco mulheres adolescentes timorenses transformaram os seus sonhos em realidade após frequentarem ações de formação e começarem a trabalhar na fábrica de chocolate “MEHI CACAU” na Pro-Ema.
“Os nossos sonhos tornaram-se realidade através da produção de chocolate MEHI CACAU na Pro-Ema. Gostamos muito desta profissão e finalmente concretizamos nossos sonhos”, disse Olívia Xavier, uma das trabalhadoras de produção de chocolate, em Lecidere, Díli.

Lita Cabeça e Gelásia da Silva, que trabalham no departamento de produção, disseram que para fazer um chocolate delicioso requer energia e paciência, pois são necessários dois dias para transformar grãos de cacau em chocolate.
“Os nossos produtos são locais e a sua matéria-prima são grãos de cacau provenientes dos agricultores dos municípios, através da Cooperativa Café de Timor. Por cada quilograma pagamos 3,20 dólares”, informou à Tatoli, no seu local de trabalho, em Lecidere, Díli.
Lita explica que, antes de fazer chocolate, o primeiro passo é torrar o cacau durante 12 minutos. Após a torrefação, as amêndoas são descascadas. De seguida, utiliza-se um almofariz para triturar as sementes e transformá-las em massa.
A jovem de 26 anos, oriunda do município de Ataúro, explicou que o passo seguinte é colocar a massa numa refinadora que gira durante 48 horas. Após esse processo, a massa é levada para outro departamento da fábrica para produzir a variedade de chocolate.
Natércia da Costa Barros, 22 anos, de Bobonaro, e Claúdia Caldeira Soares, 22 anos, de Aileu, ambas funcionárias do mesmo departamento da fábrica de chocolate, informaram que um quilo de cacau produz 18 chocolates de cinco variedades: Dark Chocolate, Creamy Milk Chocolate, Natural White Chocolate, Vegan Coconut Chocolate e ainda alguns bolinhos.
“Produzir chocolate é um serviço que requer especiais cuidados, porque temos de prestar atenção aos ingredientes, sendo a higiene muito importante”, explicou Natércia Barros.
A responsável pelo departamento de promoção, Olívia Xavier, informou que o chocolate que produzem está disponível nos supermercados Centro, na Praia dos Coqueiros, Gracia, em Comoro, e no Pateo, em Colmera.
“Cada chocolate com 95 gramas custa quatro dólares e os bolinhos são 0,25 centavos”, informou.
A jovem 22 anos, do município de Ermera, acrescentou que “os mais procurados são os da variedade Dark Chocolate e Creamy Milk Chocolate”.
“Os malaes preferem comprar Dark Chocolate porque não tem açúcar, mas os timorenses gostam de Creamy Milk Chocolate pois é doce”, frisou.

A gerente, Domingas Ceuk da Silva, disse que a PRO-EMA é um Programa de Empoderamento de Mulheres Adolescentes, através de uma formação direcionada, dirigida especialmente a adolescentes que terminaram o ensino secundário e não continuaram os seus estudos no ensino superior por motivos económicos.
A responsável informou ainda que os seus formandos sabem fazer chocolate porque frequentaram com sucesso uma formação, desde 2008, ministrada por um formador australiano.
“Conseguimos formar jovens profissionais, atualmente 16 dos nossos alunos trabalharam em Portugal na área da Gastronomia”, concluiu.
Comemorado desde 2009, o Dia Mundial do Chocolate assinala-se anualmente no dia 7 de julho.
Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Maria Auxiliadora
Parabéns! Está muito boa! É um sopro de frescura! 🙂