DÍLI, 29 de outubro de 2021 (TATOLI) – O negociador principal do Conselho para a Delimitação Definitiva das Fronteiras Marítimas, Xanana Gusmão, apresentou as suas sentidas condolências pela morte de Max Stahl.
“Sentirei muito a sua falta, um homem que tanto admirava e que foi uma inspiração para mim durante alguns dos momentos mais difíceis da nossa luta. Sei que é um momento difícil para a sua família. Apresento as minhas mais profundas condolências. A sua vida e contribuição tornará-se um legado do nosso país”, afirmou Xanana Gusmão numa carta enviada à esposa de Max Stahl, Ingrid Bucens, e família, a que a Tatoli teve acesso.
Xanana Gusmão recordou ainda que Max Stahl foi “um jornalista corajoso que reportou a injustiça, que contava as histórias que o mundo precisava de ouvir e a sua contribuição mudou o destino do povo timorense”.
Na carta, o ex-presidente lembrou que “à medida que a situação do nosso povo se tornava mais desesperada e permanecia escondida do mundo, Max expôs a opressão e a brutalidade da ocupação indonésia”.
Xanana considera que as filmagens do massacre de Santa Cruz, feitas pelo jornalista com grande risco pessoal, foram mostradas a todo o mundo e tornaram-se um ponto de viragem na luta da resistência do povo timorense.
Timor-Leste perdeu Max Stahl, jornalista e realizador, responsável pela filmagem das imagens do massacre de Santa Cruz em 1991, que permitiram chamar a atenção para a situação que o país vivia e colocá-lo no topo da agenda internacional, o que se tornou num importante contributo para a autodeterminação do povo timorense.
Max Stahl faleceu no dia 28 de outubro, em Brisbane, vítima de doença prolongada, no mesmo dia em que se assinalam os 30 anos da morte de Sebastião Gomes, que originou a homenagem que culminou no massacre de Santa Cruz.
Christopher Wenner, mais conhecido como Max Stahl, nasceu a 6 de dezembro de 1954 no Reino Unido.
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Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Maria Auxiliadora