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TL justifica abstenção na votação da resolução da ONU sobre o golpe militar em Mianmar

TL justifica abstenção na votação da resolução da ONU sobre o golpe militar em Mianmar

Bandeira de Timor-Leste. Foto: Publico.

DÍLI, 21 de junho de 2021 (TATOLI) – Timor-Leste clarificou que a sua abstenção à Resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o golpe militar em Mianmar se deve à falta de posição comum entre os Estados membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

“Timor-Leste tem ainda a honra de informar que se absteve na votação da resolução, visto não haver uma posição comum entre os Estados membros da ASEAN, os quais têm um papel fundamental na resolução da situação em Mianmar”, diz o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MNEC) timorense a que a Tatoli teve hoje acesso.

A nota revela ainda que o MNEC de Timor-Leste tem a honra de esclarecer que, como país democrático, não apoia a declaração do estado de emergência pelas Forças Armadas de Mianmar a 1 de Fevereiro de 2021 e ações subsequentes contra o Governo eleito pelos civis.

O documento recorda ainda que esta posição foi refletida na declaração de Timor-Leste a 12 de março de 2021, durante a 46ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, onde o país expressou a sua preocupação com a situação dos direitos humanos em Mianmar e pediu a libertação de detidos arbitrariamente, incluindo prisioneiros políticos.

A nota refere ainda que o MNEC confirma o seu apoio à transição democrática de Mianmar e pede a todas as partes envolvidas que mantenham o diálogo e resolvam as diferenças.

O ex-Prémio Nobel da Paz de 1996, José Ramos Horta, lamentou a posição de Timor-Leste, a abstenção sobre a resolução.

José Ramos Horta notou que o MNEC não consultou o Primeiro-Ministro, Taur Matan Ruak, nem o Presidente da República, Francisco Guterres Lú Olo, sobre a política internacional de Timor-Leste.

“A maioria dos países da ASEAN, como Indonésia, o próprio Mianmar, Filipinas, Singapura, Vietname e os Estados membros da CPLP, como Portugal, Guiné-Bissau, Brasil, entre outros votaram a favor, e Timor-Leste absteve-se. Isso afeta a nossa credibilidade”, disse Ramos Horta, em declaração aos jornalistas, na sua residência no Farol.

Ex-titulares manifestaram as suas dúvidas sobre a linha de coordenação entre o MNEC, o Primeiro-Ministro e o Presidente da República.

Na aprovação final da resolução da ONU sobre o conflito em Mianmar, 119 países votaram a favor, um contra (Bielorússia) e registaram-se 36 abstenções, incluindo a de Timor-Leste.

Jornalista: Afonso do Rosário

Editor: Zezito Silva

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