DÍLI, 31 de março de 2020 (TATOLI) – Os trabalhadores de nacionalidade timorense que se encontram atualmente a residirem no Reino Unido e Irlanda sentem-se ameaçados pela propagação da pandemia do novo coronavírus.
Recorde-se que o Primeiro-Ministro britânico, Boris Johnson, infetado com o Covid-19, anunciou, no passado dia 23 de março, várias medidas de restrição durante três semanas para fazer face à disseminação da epidemia. Boris Johnson referiu na ocasião que todos os cidadãos deveriam ficar em casa, cumprindo, deste modo, o confinamento.
“Trabalhamos aqui e sentimo-nos preocupados com o surto do coronavírus. Por outro lado, estamos em casa, dado que os locais onde trabalhávamos estão neste momento parados ”, afirmou hoje um trabalhador que reside na cidade de Manchester , João Pedro, à Agência Tatoli, na rede social Facebook.
João Pedro referiu ainda que a preocupação manifestada por todos os cidadãos timorenses surge na sequência do facto de não estarem a receber qualquer salário e continuarem a cumprir as suas obrigações, como o pagamento da eletricidade e dos impostos.
José António, outro trabalhador radicado em Manchester, pediu à Embaixada de Timor-Leste em Londres que fossem aplicadas medidas urgentes destinadas aos trabalhadores que se encontram na Inglaterra, país cujo risco de contágio do coronavírus é elevado.
“A embaixada de Timor-Leste em Londres deverá apresentar soluções para travar a propagação do Covid-19”, disse.
De acordo com os dados atuais divulgados pela comunicação social do Reino Unido, cerca de 23 mil pessoas estão infetadas com o Covid-19 e 1.411 já faleceram.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Dionísio Babo Soares, encorajou os trabalhadores e estudantes timorenses a viverem no estrangeiro a se manterem tranquilos e respeitarem todas as medidas restritivas impostas por cada Estado.
O diplomata destacou ainda a qualidade do sistema de saúde desses países, nomeadamente na Europa, onde os centros hospitalares estão apetrechados com equipamentos sofisticados e modernos.
“Confiámos que o sistema de saúde no estrangeiro possa garantir o tratamento adequado a todos os timorenses”, referiu.
Jornalista : Eugénio Pereira
Editór : Francisco Simões