DÍLI, 05 de agosto de 2023 (TATOLI) – Uma eventual escassez de arroz disponível para as necessidades da população a médio prazo foi mote para uma reunião entre uma equipa do Ministério do Comércio e Indústria (MCI) e quatro empresas que usualmente fornecem aquele produto. Subsidiariamente discutiu-se também procedimentos concertáveis entre a entidade governamental e as empresas no sentido de evitar o aumento de preço do arroz.
Para o Vice-Ministro do Comércio e Indústria, Augusto Trindade, “o aumento do preço do arroz deve-se, sobretudo, às consequências das alterações climáticas, uma vez que conduzem à diminuição da produção, especialmente na Índia”. Uma das soluções apresentadas pelo ministério da tutela passa pela negociação da quota de exportação de arroz para Timor-Leste junto dos países importadores.
Para o governante o passo seguinte é verificar a quantidade de arroz disponível no armazém do Centro Logístico Nacional, e, de seguida, comprar a agricultores locais a quantidade necessária para garantir que se satisfaçam as necessidades até dezembro de 2023.
Augusto Trindade acrescentou ainda que, com procedência da Índia, estão a caminho de Timor-Leste 200 contentores de arroz importados pela empresa nacional ALFA e cerca de 7.500 toneladas de arroz importadas pela empresa PERISOS.
É de lembrar que a Diretor dos Transportes e Logística do Centro de Logística Nacional, Celina Andrade, anunciou recentemente a aquisição de quatro toneladas de arroz ao Vietname e à Índia para reforçar a segurança alimentar no país, quantidade manifestamente insuficiente para as necessidades da população. Dados do anterior Ministério da Agricultura e Pescas indicavam que o país produziu, em 2022, cerca de 86 mil toneladas de arroz quando o consumo, na mesma altura, se situava na ordem das 130 mil toneladas anuais.
Na verdade, ainda que quantidade de arroz produzida tenha aumentado gradualmente de há alguns anos para cá, tem se revelado consecutivamente insuficiente para a quantidade consumida. Timor-Leste, um país com biomas fortemente adaptáveis à cultura do arroz e com uma alimentação de base de arroz, não tem conseguido a tão desejada autossuficiência na produção deste produto.
Equipa da TATOLI
