DÍLI, 21 de julho de 2023 (TATOLI) – O acervo do Arquivo e Museu da Resistência Timorense (AMRT) cresceu hoje consideravelmente com a doação, em formato digital, de milhares de fotografias e documentos alusivos à luta pela independência do país, bem como com a entrega de vários exemplares da obra Timor-Leste – do colonialismo tardio à independência, da autoria de Zélia Pereira e Rui Graça Feijó.
O Diretor-Executivo e Presidente do AMRT, Hamar Antoninho Alves, explicou que a doação proveio da Fundação Mário Soares e Maria Barroso, ao abrigo da cooperação entre ambas as entidades e cujo objetivo é a preservação da história de Timor-Leste. Trata-se da segunda entrega de documentos feita pelos doadores.
Segundo Zélia Pereira, foi com “muito gosto” que aceitou a missão de trazer o material doado, acrescentando que acredita que “as duas instituições [Fundação e AMRT] continuarão a cooperar em prol da preservação da história e da identidade de Timor-Leste”.
Relativamente à obra Timor-Leste – do colonialismo tardio à independência, Rui Graça Feijó, um dos autores, referiu que aquela relata a história sob o prisma de várias perspetivas: a sociológica, a antropológica e a política.
Rui Feijó explicou que a obra se debruça sobre a história de Timor-Leste de 1974 até 2002, isto é, desde o início do processo de descolonização portuguesa até à independência do país. O autor acrescentou que a obra analisa vários acontecimentos, não apresentando, por isso, uma mera síntese da história. “Basicamente nós estamos interessados em estudar os processos ao longo do tão doloroso tempo desde o fim da colonização portuguesa até a independência. Temos ali muitos elementos. Não é uma síntese. É uma análise de vários momentos”, especificou o autor.
Afastando a ideia de que o registo histórico se entronca apenas em conflitos entre nações, colonizadoras e colonizadas, Rui Feijó apontou que “há partes da obra que retratam a amizade, as divergências e as contrariedades entre líderes timorenses da geração 1974-1975, alguns dos quais ainda exercem, até hoje, algumas funções importantes no país”.
“A história não é uma linha reta, vai andando sempre. E vocês [timorenses] têm líderes que acompanham todo este processo e nós [autores] tentamos entrar um bocadinho na memória dessas pessoas”, concluiu Rui Feijó.
Equipa da TATOLI