DÍLI, 17 de julho de 2023 (TATOLI) – A Diretora do Centro de Língua Portuguesa da Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL), Sabina da Fonseca, reconhece que existem fragilidades estruturais na disseminação da língua portuguesa no país.
As declarações surgiram na sequência do simpósio internacional sob o tema Ensino de português como língua pluricêntrica, que decorreu no antigo Liceu Francisco Machado, em Díli.
Para a dirigente, “o ensino da língua portuguesa e a formação de professores ainda se encontram numa fase frágil” e, por isso, a pertinência de se inquirir sobre as políticas educacionais do Governo não é despicienda. A seu ver, a fragilidade está, entre outros, relacionada com “a introdução das línguas maternas no início da escolaridade”.
Sabina da Fonseca afirmou que um aprendente de uma língua tem de se empenhar, frisando que considera que “a preguiça para ler e a falta de vontade em aprender” são dois grandes problemas na aprendizagem de um idioma.
Ciente de que embora exista uma boa percentagem de falantes de português no país, a dirigente é perentória quando afirma que aquela percentagem não é satisfatória num quadro onde o português é uma das línguas oficiais.
Para Sabina da Fonseca, a língua portuguesa contribuiu para o enriquecimento do tétum e consolidou-se como meio de comunicação entre os mais instruídos e os cristãos timorenses, tendo desempenhado ainda um papel fundamentalmente decisivo no período da ocupação Indonésia.
“Foi a língua utilizada pelos timorenses para se diferenciarem dos ocupantes, a língua na qual os jovens emitiram as suas preces no cemitério de Santa Cruz e contribuiu para a mudança da política internacional relativamente ao problema de Timor”, frisou.
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Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Isaura Lemos de Deus