DÍLI, 14 de junho de 2023 (TATOLI) – No âmbito da comemoração do Dia Mundial da Doação de Sangue, o representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Timor-Leste, Arvind Mathur, considerou que é fundamental refletir sobre o tema deste ano, nomeadamente Dar sangue, Dar plasma, Partilhar a vida, Partilhar muitas vezes.
“É essencial perceber que uma única doação de sangue tem o potencial de salvar até três vidas. A campanha deste ano centra-se nos indivíduos que necessitam de transfusões sanguíneas ao longo da vida, realçando o papel que cada pessoa pode desempenhar ao doar sangue ou plasma”, afirmou o dirigente num comunicado dirigido à Tatoli.
No documento, Arvind Mathur, afirmou ainda que um sistema deste tipo só pode prosperar quando a comunidade estiver plenamente consciente da importância da doação de sangue e se fomentar uma vontade coletiva de se apresentar e doar.
“Os grupos de jovens e as instituições devem ser incentivados a organizar regularmente campanhas de doação de sangue. É fundamental sensibilizar e defender esta causa junto do Parlamento Nacional e dos meios de comunicação social”, apelou o representante da OMS.
O dirigente destaca a importância de se revitalizar os sistemas de transfusão de sangue em Timor-Leste, uma vez que o Banco de Sangue do Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV) recebe diariamente numerosos pedidos urgentes de sangue para pacientes, alguns em estado crítico.
“Apesar de os profissionais de saúde se esforçarem, não conseguem satisfazer mais do que cerca de 40% das necessidades de sangue e plasma. É frequente recorrer à doações voluntárias, mas esporádicas de sangue e, noutros casos, as famílias dos doentes são solicitadas a doar o seu sangue cuja compatibilidade não é assegurada”, lamentou Arvind Mathur.
Para colmatar estas graves lacunas, o dirigente afirmou que a OMS está empenhada em apoiar o Ministério da Saúde e o HNGV no desenvolvimento de uma estratégia abrangente que contribua para o estabelecimento de um banco de sangue nacional que possua um suprimento suficiente para as necessidades médicas.
“A OMS prevê um sistema em que o banco de sangue nacional se transformará num centro nacional de transfusão de Sangue de última geração, que, por sua vez, evoluirá para um centro especializado em ciências hematológicas”, afirmou o representante da OMS.
Arvind Mathur salientou ainda que os hospitais de referência de segundo nível também terão os seus próprios bancos de sangue e os centros de saúde de menor dimensão de terceiro nível terão instalações apropriadas ao armazenamento de sangue, eliminando a necessidade de as famílias percorrerem longas distâncias e enfrentarem dificuldades desnecessárias para obter sangue ou componentes sanguíneos, como plasma e plaquetas.
Neste Dia Mundial do Dador de Sangue, Arvind Mathur apelou a um esforço coletivo para se revitalizar o sistema de transfusões sanguíneas no país, bem como promover as doações de sangue voluntárias e não remuneradas visando, em última instância, a existência de um suprimento autossuficiente, seguro e sustentável.
“Juntos, podemos salvar vidas e criar um futuro mais brilhante para todos aqueles que necessitam de tratamento médico”, concluiu o representante da OMS.
Jornalista: Afonso do Rosário
Editora: Maria Auxiliadora