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Cidadãos refletem sobre os 21 anos de Restauração da Independência e exigem melhorias

Cidadãos refletem sobre os 21 anos de Restauração da Independência e exigem melhorias

Içar da bandeira nacional: símbolo de comemoração. Imagem documentação da TATOLI

DÍLI, 20 de maio de 2023 (TATOLI) – Após a Revolução dos Cravos em Portugal, que colocou fim a 48 anos de ditadura, todas as colónias do país também ganharam a autodeterminação. Assim, a 28 de novembro de 1975, Timor-Leste declarou a sua independência.

Porém, uma semana depois, forças militares indonésias invadiram o território timorense, massacrando a população local e privando-a da liberdade recém-adquirida. A ocupação indevida durou vinte e quatro anos, período em que milhares de cidadãos timorenses perderam a vida na luta pela independência.

Em 1999, após muita pressão da comunidade internacional, intensificada pelas consequências trágicas das imagens do massacre de Santa Cruz, a Indonésia aceitou a realização de uma consulta popular sobre o futuro político de Timor-Leste, colocando em questão a autonomia do país.

A 30 de agosto daquele ano, a população compareceu em grande número nos centros de votação espalhados por todos os municípios de Timor-Leste. Como resultado, 78,5% dos timorenses manifestaram o desejo de que o país fosse independente.

Em abril de 2001, a população voltou novamente às urnas, para escolher o novo líder da nação. As eleições consagraram Xanana Gusmão como o primeiro presidente de Timor-Leste. A 20 de maio de 2002, o país retomou plenamente a autodeterminação, numa grande cerimónia – que até hoje, na referida data, é comemorada em Tasi Tolu.

Hoje celebra-se o 21.º aniversário da Restauração da Independência de Timor-Leste, subordinado ao tema Consolidar a Democracia para Melhorar a Vida das Populações.

Para saber quais os desafios e sucessos da ainda jovem democracia timorense, a Tatoli foi ouvir o que alguns cidadãos têm a dizer a respeito das questões de educação, saúde e emprego.

“Educação é a chave para o desenvolvimento e um futuro melhor”

Noviyanti Carla Tilman, responsável pelo PRADET. 

Noviyanti Carla Tilman Leite, responsável pelo PRADET (Psychosocial Recovery and Development in East Timor, em inglês), manifestou insatisfação em relação às políticas sobre saúde mental no país, além de questões relacionadas à falta de investimento eficiente em infraestruturas, saúde, recursos humanos e educação. Soma-se a estes problemas, enfatiza Carla, uma profunda dependência das pessoas em relação ao Governo.

“A educação é a chave para o desenvolvimento e um futuro melhor. É a solução indiscutível para o fortalecimento da liberdade e da democracia no país”, destacou a coordenadora do PRADET.

Desemprego entre os jovens

Juvinal dos Santos, estudante de Comunicação Social.

Juvinal Cabral dos Santos, estudante de Comunicação Social da Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL), preocupa-se com o aumento do desemprego juvenil no país.

“Durante vinte anos, jovens foram alvos de desconfiança e muitas vezes são excluídos nas decisões importantes da vida do país. Espero que o próximo Governo possa mudar isto”.

“Líderes políticos preocupam-se apenas com os grupos que os apoiam e famílias”

Zenilda Soares do Rego, uma jovem que está a começar um negócio, considera que muitos dos problemas de Timor-Leste estão diretamente relacionados com o egoísmo e a incapacidade dos líderes políticos em resolvê-los.

Zenilda Soares, uma jovem que está a começar um negócio. 

“Durante a ocupação indonésia, o povo timorense uniu todas as forças para libertar a pátria, mas, hoje, os líderes políticos, inclusivamente aqueles que participaram na luta pela independência do país, preocupam-se apenas com o bem-estar dos grupos que os apoiam e respetivas famílias”, desabafou Zenilda.

“Eu conheço bem a realidade na periferia de Venilale. A falta de água potável, instabilidade no fornecimento de eletricidade, problemas na educação e nas infraestruturas, são assuntos que preocupam as comunidades”, lamentou a jovem.

A empresária de 23 anos, enfática, convoca toda a população a não desistir e “a lutar por um futuro melhor”. “Somos sobreviventes do país em que duzentos mil pessoas derramaram o sangue pela defesa da pátria, por isso temos de unir forças e construir um país melhor e justo para os cidadãos”.

Equipa da TATOLI

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