DÍLI, 27 de março de 2023 (TATOLI) – A Diretora-Geral do Ministério da Agricultura e Pescas (MAP), Maria Odete do Céu, e o especialista em Turismo José Dias Quintas pediram ao Governo para investir seriamente em setores produtivos do país, de modo a contribuir para o aumento das receitas do Estado. Estas e outras ideias foram transmitidas num painel de entrevista na Tatoli, na passada quarta-feira (22/03).
Maria Odete do Céu informou que o MAP vai procurar aumentar a produção alimentar em Timor-Leste e caracterizou a situação.
“A produção local de arroz é insuficiente para o consumo nacional. Timor-Leste consome 130 mil toneladas de arroz por ano, um número bem acima face à produção local que ronda as 86 mil toneladas. Então precisamos de produzir mais cerca de 50 mil toneladas por ano para responder às necessidades de consumo nacional. A insuficiência dos orçamentos alocados à agricultura é um dos desafios a enfrentar para melhorar a autonomia e segurança alimentares”, detalhou a diretora.
Segundo Maria do Céu, para assegurar a produção nacional o MAP tem disponibilizado formação sobre a conservação do solo, a utilização de adubos orgânicos, entre outros temas. A Diretora lembrou que o Governo investiu cerca de sete milhões nos sistemas de irrigação de Laivai e Galata, 2,6 milhões na extensão de áreas agrícolas e 2,1 milhões no desenvolvimento de zonas integradas.
A dirigente, contudo, ressaltou que o Governo precisa de investir mais em recursos humanos, financeiros e em infraestruturas para resolver a insuficiência produtiva.
Opinião semelhante tem a professora da Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL), Brígida Correia, que recomendou ao Governo que priorizasse o setor da agricultura, de modo a diminuir as importações. “Timor-Leste importa, por exemplo, entre dez e 25 toneladas de carne por mês. Pecuária e agricultura são duas áreas que podem contribuir para a redução das importações”, observou.
Por sua vez, o especialista em Turismo José Dias Quintas afirmou que o Governo deve pensar no setor de forma estratégica, já que a área gera muitos empregos e receitas para o Estado. O profissional defende a ideia de que seja criado um fundo especial para o Turismo. Na sua avaliação, o Governo não trata o setor com a devida atenção.
“A inconsistência do montante dos orçamentos alocados ao Turismo tem mostrado que o Governo não tem seriedade em investir nesta área. Também não tem uma boa gestão para a área do Turismo. É necessário responder à falta de infraestruturas básicas, especificamente de casas de banho, parques de estacionamento, entre outros, para que os turistas se sintam seguros e confortáveis e assim possam contribuir para a economia local”, analisou.
O Orçamento Geral do Estado de 2023 alocou ao MAP mais de 28 milhões de dólares e ao MTCI cerca de 15 milhões de dólares.
Equipa da TATOLI