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Investigadores pedem a FDCH investimento em áreas tendentes a gerar mais riqueza

Investigadores pedem a FDCH investimento em áreas tendentes a gerar mais riqueza

Foto Tatoli/Egas Cristóvão

DÍLI, 23 de março de 2023 (TATOLI) – Um redirecionamento do financiamento de áreas das Ciências Sociais e Humanas para outras áreas mais técnicas e tidas como mais tendentes a gerar resultados que se traduzam na criação de riqueza económica. Esta é uma das recomendações do relatório quinquenal do Fundo de Desenvolvimento do Capital Humano (FDCH), divulgado hoje.

O relatório em apreço incluiu um estudo no qual se analisaram pormenorizadamente as atividades de gestão e de formação realizadas pela instituição entre 2015 e 2020. Nele foram analisados  quatro vetores – bolsas de estudo, formações profissional e técnica e boa governação.

O estudo foi conduzido pelos investigadores Afonso de Almeida da Universidade Nacional de Timor Lorosa’e (UNTL) e Augusto Soares do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), e, entre outros, concluiu que a formação financiada pelo FDCH se centra em áreas genéricas como gestão, administração, liderança, línguas e política de formação e emprego, apostando pouco nas áreas prioritárias e estratégicas.

“A formação em áreas específicas como agricultura e pescas, turismo, desenvolvimento rural, petróleo e investimento do setor privado como pilar de desenvolvimento económico no PED 2011-2030 ainda é pouca”, afirmou Afonso de Almeida, à margem do lançamento do relatório em Delta Nova.

O docente da UNTL afirmou que foi feita uma avaliação exaustiva do trabalho prestado pelo FDCH, relativa à gestão e às atividades de formação desenvolvidas nos últimos cinco anos, acrescentando que se procurou identificar o impacto das atividades realizadas, bem como a satisfação dos beneficiários e das entidades beneficiadoras.

“O estudo tentou identificar também o impacto das atividades realizadas, a satisfação dos beneficiários e das entidades beneficiárias, para além de analisar e refletir sobre o que foi feito e o que ainda precisa de ser feito para maximizar o seu impacto na qualidade dos recursos humanos do país nos setores estratégicos”, frisou.

Afonso de Almeida, por conseguinte, recomenda ao “FDCH que preste atenção à formação específica, como em agricultura, em turismo, infraestruturas, e setor privado para contribuir para o desenvolvimento nacional”.

O investigador afirmou ainda que, no estudo, se descobriu que a maioria dos beneficiários de bolsas de estudo para mestrado e doutoramento tem mais de 50 anos: “de facto, depois de terminarem os estudos, alguns regressam ao país e são incluídos em listas de reformados”, deixando antever algum desaproveitamento de recursos humanos.

Afonso de Almeida recomendou que o FDCH estabelecesse um limite de idade entre “30 e 40 anos” para quem deseja tirar mestrado ou doutoramento no estrangeiro.

A este respeito, o Diretor-Executivo da FCDH, Cristóvão dos Reis, declarou que iria discutir com as instituições beneficiárias do programa de modo a cumprir as recomendações dos investigadores. “Se [eles] não cumprirem, vamos aplicar sanções, não prevendo um orçamento para o programa de bolsas de estudo ou suspendendo todos os tipos de formação técnica e profissional”, advertiu.

Relativamente aos benefícios das bolsas de estudo a pessoas com mais de 50 anos, Cristóvão dos Reis, explicou que, no futuro do FDCH deverá estar a importância de “recomendar às linhas ministeriais que prestem atenção à juventude, a fim de regressarem ao país e contribuir para o desenvolvimento nacional”.

Recorde-se que o FDCH abrangeu, ao longo dos anos, cerca de 100 mil pessoas e que não é a primeira vez que se pede algum direcionamento nas áreas de investigação a privilegiar.

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 Jornalista: Afonso do Rosário

Editora: Isaura Lemos de Deus

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